Empresas oferecem poucos benefícios para mulheres
Com poucas diferenças em relação aos números do ano passado, o estudo indica que ainda há um grande espaço a ser trilhado pelas companhias na hora de repensar alternativas para contratar e reter profissionais do sexo feminino, segundo o líder da área de benefícios de assistência à saúde da Towers Watson, César Lopes. “É o que as organizações não estão fazendo que se destaca no estudo. Elas ainda precisam criar melhores condições e formas de atrair e reter esse público”, diz.
Para ele, as companhias estão mais dispostas a discutir esse assunto internamente, mas é preciso amadurecer a abordagem e acabar com um receio comum de departamentos de recursos humanos: o de criar políticas que não sejam necessariamente abrangentes a todos os públicos. “As empresas que têm essas práticas percebem que as profissionais levam em conta esses programas na hora de avaliar uma proposta de trabalho”, explica.
Segundo o levantamento, apenas 36% das empresas oferecem licença-maternidade facultativa de seis meses. Em 30%, é possível fazer horários flexíveis por um período de pelo menos três meses na volta ao trabalho – 17% oferecem essa possibilidade por mais de seis meses e um número igual permite que as funcionárias trabalhem de casa durante a gestação ou depois dela.
Para Lopes, é preciso questionar a razão de algumas dessas práticas ainda não serem difundidas de forma mais ampla no mercado. “É um equilíbrio entre a necessidade de ter uma profissional qualificada e, ao mesmo tempo, deixar essa funcionária tranquila ao saber que nessa empresa ela vai conseguir conciliar o trabalho com um período em que sua estrutura familiar interna acabou de mudar”, diz. O consultor ainda não vê as empresas pensando estratégias de ação de médio e longo prazos com esse foco. “Isso faz as mulheres optarem ou não por permanecerem na empresa”, diz.
Os benefícios mais populares, segundo a pesquisa, são auxílio-creche ou babá, oferecido por 81% das empresas, e a presença de berçários nas companhias, em 88% dos casos. Entre os menos difundidos estão a isenção do regime de coparticipação no plano de saúde durante o período de gestação, oferecido por 20% (sendo que 38% já não possuem esse regime no geral), e programas de acompanhamento nutricional para mulheres grávidas, presentes em 18% das companhias. No período de gestação, apenas 17% das empresas oferecem vagas preferenciais no estacionamento.
Do Valor Econômico