Empréstimo de € 6,3 bi à FCA antes da fusão com a PSA levanta críticas na Itália

Isso porque empresa planeja pagar dividendos de € 5,5 bi a acionistas para concluir o negócio

Vem aumentando o volume das críticas na Itália à negociação da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) para levantar linha de crédito de € 6,3 bilhões por três anos, com 80% do valor garantidos pelo governo italiano.

Isso porque, ao mesmo tempo em que afirma precisar dos recursos para cobrir o rombo no caixa e passar pela falta de liquidez provocada pela pandemia de coronavírus, a empresa planeja pagar dividendos de € 5,5 bilhões aos acionistas – a maior parte para a família Agnelli –, como parte da negociação de fusão com o Grupo PSA iniciada no fim de 2019, que na semana passada foi confirmada para ser concluída até o fim do primeiro trimestre de 2021.

A FCA garante que os recursos do empréstimo serão usados para sustentar os negócios da companhia na Itália, onde emprega 55 mil pessoas em diversas fábricas e centros de desenvolvimento. A linha de crédito de € 6,3 bilhões é parte dos € 400 bilhões que o governo italiano está colocando à disposição das empresas do país que foi duramente afetado pela Covid-19.

Segundo a agência Reuters, fontes dizem que do governo poderá retirar a garantia estatal ao empréstimo para a FCA caso a companhia não reveja o plano de pagar dividendos tão elevados diante da crise de liquidez que as companhias estão passando. De acordo com o plano de ajuda do governo italiano, as companhias que acessarem as linhas de crédito especiais com garantia estatal ficam proibidas de pagar dividendos aos acionistas até o fim de 2020.

Do Automotive Business