Encontro decide prosseguir mobilizações
O 6º Fórum Social Mundial (FSM) terminou domingo em Caracas, na Venezuela, com a defesa de crescentes mobilizações setoriais e mundiais como forma de enfrentar o neoliberalismo e também o imperialismo norte-americano.
Os integrantes do encontro concluíram que as mobilizações populares geraram uma crise de legitimidade do modelo neoliberal e do imperialismo norte-americano e, por isso, devem ser mantidas.
Assim, serão realizados protestos contra a ocupação do Iraque, de alerta contra tentativas de reviver a Alca, em defesa da luta pela terra, por habitação popular, pelo fim da Organização Mundial do Comércio e vários outros.
Declaração
A decisão está na declaração final da Assembléia Mundial dos Movimentos Sociais que encerrou o FSM.
Segundo o texto, os protestos derrubaram governos no Equador e Bolívia e tiveram papel fundamental na ascensão de forças progressistas na América Latina, que elegeram presidentes de esquerda no Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Venezuela, além de abrir a perspectiva da eleição de forças progressistas no México, Peru e outros países.
Durante os últimos anos assistimos a uma explosão das mobilizações contra o livre comércio, a militarização e os processos de privatização”, diz o documento.
Em vários países, essas mobilizações se traduziram na subida ao governo de alternativas políticas nascidas no calor das lutas populares”, prossegue.
Pressão
A declaração final confirma essa modalidade de luta como linha condutora das ações e marca posição sobre a relação entre movimentos e governos progressistas como um dos temas mais abordados nas discussões.
Os movimentos sociais devem manter autonomia política e programática, impulsionar a mobilização social para avançar na implementação de seus objetivos e pressionar contra qualquer adaptação destes governos ao modelo neoliberal”, completa.
Levantamento inicial indica que mais de 80 mil pessoas participaram do Fórum em Caracas.
Atos contra a Alca, a OMC, por terra e moradia
A declaração final do FSM aprovou manifestações simultâneas neste ano.
Os atos começam em abril, em Cuba, num encontro dos movimentos sociais para discutir as estratégias contra acordos de livre comércio e a Alca.
A assembléia reforçou a convocação para atividades do Dia Mundial da Luta Camponesa, dia 17 de abril, escolhido por ser a data do massacre de onze trabalhadores rurais em Eldorado dos Carajás.
O direito à moradia será defendido na Marcha dos Povos, prevista para 4 a 6 de maio, ao mesmo tempo no Brasil, Argentina, Uruguai, México e na República Dominicana.