Encontro do G-8: Emergentes não engolem prato pronto dos ricos
O presidente Lula liderou rebelião dos
países emergentes contra os ricos durante
reunião do G-8. Eles queriam
aprovar um pacote de medidas que
só aumentaria a miséria.
O presidente Lula liderou
a rebelião dos países emergentes
contra os oito países
mais ricos do mundo em reunião
encerrada no último sábado,
na Alemanha. Mais
uma vez, as nações que dominam
a economia do planeta
tentaram forçar as mais pobres
a aceitar um pacote de medidas
que só aumentaria a miséria
nestes países. Coube a Lula
chamar a imprensa para denunciar
a manobra e fazer os
países ricos desistirem da idéia.
O chamado G-8 – Estados
Unidos, Alemanha, Canadá,
Japão, Itália, Inglaterra,
França e Rússia – promove
uma reunião anual para debater
seus interesses. Nos últimos
anos, eles tem convidado as
maiores nações com economia
emergente a participar dos debates.
Em 2007, os escolhidos
foram Brasil, África do Sul,
China, Índia e México, que
acabaram formando o G-5.
Só que os membros do
G-8 se reuniram antes dos
integrantes do G-5 chegarem
a Alemanha e aprovaram entre
eles um documento que
permite aos ricos continuarem
emitindo gases poluentes,
impede nações emergentes
de tomar medidas contra
a propriedade intelectual
(como a quebra da patente
dos remédios contra o HIV,
como fez o governo federal
recentemente), abre os mercados
dos pobres aos investimentos
estrangeiros e uma
série de outras medidas contra
os países emergentes.
Quando o pessoal do G-5 chegou e foi simplesmente
convidado a assinar um documento
que não debateu, se revoltou.
Lula foi escolhido porta-
voz do grupo e chamou
uma coletiva de imprensa para
denunciar a manobra. Diante
do risco de escândalo, o G-8 retirou o relatório.
Mesmo assim, Lula falou
com os repórteres e propôs que
no encontro de 2008, no Japão,
G-8 e G-5 façam juntos uma
reunião preparatória e definam
uma pauta de comum acordo.