“Entendemos de cidadania e de luta de classes”
O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo disse que os metalúrgicos do ABC, com o passar dos anos, aprimoraram o modelo dos congressos. Se o congresso de 1983 durou dois finais de semana, este que começa agora vai se estender até novembro.
Ele lembrou que os congressos fizeram avançar a luta por salários e condições de trabalho, tanto que hoje os comitês sindicais representam 80% da categoria.
“Se para implantar as comissões de fábrica a gente negociava com a empresa, o CSE funciona sem pedir licença ao patrão”, exemplificou.
Feijóo pediu a democratização do local de trabalho, que é organizado pelos patrões, além de um novo modelo de representação sindical.
Para ele, os metalúrgicos do ABC vão aprovar resoluções importantes neste congresso.
“Ao mesmo tempo em que a gente faz a luta, também discutimos como desenvolver a região e o País. Afinal, entendemos de cidadania e também de luta de classes”, concluiu.
Colaboração com a sociedade
Para o ministro do Trabalho Luiz Marinho a sociedade espera dos metalúrgicos decisões importantes como as que nortearam congressos anteriores. “Por ser um dos principais sindicatos brasileiros, a expectativa é que se debatam idéias e propostas alternativas para colaborar com as lutas da sociedade e que também influenciem a CUT”, afirmou.
Marinho sugere como fundamental o Congresso debater um sistema de comunicação regional, numa rede que dê forma e voz às intervenções que a comunidade desenvolve para transformar a região.
Um marco para o sindicalismo
Segundo o presidente da CUT, João Felício, os congressos dos metalúrgicos do ABC costumam ser marcos para o sindicalismo brasileiro. “São inovadores no formato e nas bandeiras que levantam, especialmente para os sindicatos combativos”, afirmou.
Para este, Felício disse que espera uma posição ousada em relação à política e que a categoria se posicione ao lado do Brasil que avança. “Nós temos lado e esse lado não é o dos neo-liberais”, afirmou.
Sindicato pode e deve influir nos rumos da região
Negociação e cooperação. Esta foi a fórmula que a sub-chefe da Casa Civil, Miriam Belchior, sugeriu que o Sindicato adote num processo de desenvolvimento regional, tema central do 5º Congresso, aberto ontem à noite na Sede do Sindicato.
“O Sindicato é importante pelo que representa e pelo seu papel de vanguarda. Por este motivo tem de estar à frente na definição do modelo de desenvolvimento que queremos”, disse ela.
Segundo Miriam, não foi pela mão da população local que o ABC tornou-se importante pólo industrial, mas sim por políticas dos governos e das empresas. “Mas deve ser pela ação da sociedade organizada que a região poderá encontrar o caminho da recuperação econômica e se constituir como um pólo metropolitano”, explicou.