Entidades querem reforma total no Sistema financeiro
A prioridade é dar respostas sobre o impacto da crise aos trabalhadores, às famílias pobres, aos aposentados e em outros setores vulneráveis
Reunidas na semana passada em Washington, nos Estados Unidos, cerca de 600 organizações não-governamentais pediram participação dos governos e das sociedades do mundo todo no debate sobre as mudanças no sistema econômico e financeiro internacional.
De acordo com documento divulgado por essa rede de entidades, a prioridade é dar respostas sobre o impacto da crise aos trabalhadores, às famílias pobres, aos aposentados e em outros setores vulneráveis.
Essas entidades colocam em dúvida o encontro dos países ricos que será realizado no dia 15, pois entendem que eles não vão abordar todas as mudanças necessárias, pois esses países têm “dupla moral”.
Os ricos, com o FMI e o Banco Mundial, impõem medidas neoliberais de corte de orçamento e recessão aos países mais pobres que recorrem a esses organismos para pedir empréstimos.
Eles também estimulam a privatização das empresas públicas, o controle do déficite fiscal, inflação e uma política monetária rígida às nações pobres.
Mas agora, para superar a crise, os países ricos estão nacionalizando bancos e injetando fortunas para resgatar aqueles em risco de quebrar, na contramão das políticas impostas aos países em desenvolvimento.
Para essas entidades, a reforma do atual sistema deve ser feita através da ONU, com a participação de todas as nações.
Na nota distribuída, elas defendem que as mudanças precisam ser debatidas por todos, governos e povos, e não apenas os países ricos, que foram os responsáveis pela crise.
“A crise marca o fim da verdade do livre mercado. O sistema financeiro internacional, sua arquitetura e suas instituições devem ser repensados completamente”, diz a nota.