Entidades resistem às mudanças

A batalha do movimento sindical em torno da reforma começou. O Fórum Sindical dos Trabalhadores fez uma marcha ontem em Brasília para protestar contra a proposta de reforma sindical. O Fórum é formado pelas 16 confederações do Brasil e 264 federações, além das Centrais Sindicais CGT, CGTB, CAT e CSC. As entidades são contrárias ao fim do imposto sindical e da unicidade sindical.

Em breve serão os sindicalistas favoráveis à proposta que vão se manifestar, como adiantou o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM), Adi dos Santos Lima. Ele lembrou que essa reforma é o tema dos próximos congressos da Federação e da Confederação dos Metalúrgicos da CUT, que debaterão as mobilizações pela aprovação da proposta no Congresso.

Para o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que vai analisar a reforma, é natural a reação da parcela conservadora do movimento sindical. “São entidades com poucos sindicalizados e não conseguem viver sem o imposto sindical”, disse.

Ele acredita que a reforma sindical terá muito mais facilidade de ser aprovada que as reformas da Previdência e tributária. “A discussão está madura porque foi debatida entre todos os interessados. Por isso, as chances de ser aprovada são maiores”, disse o deputado, alertando que quem quer a aprovação da reforma também deve se mobilizar, porque ainda não é possível prever quais serão os efeitos dela no Congresso. “A gente sabe que tem muito parlamentar ligado ao sindicalismo conservador e ao empresariado e é ai que pode encontrar resistência”, lembrou.