Entidades sociais querem influenciar a Rio+20

Os movimentos sociais aproveitaram o Fórum Social Temático, realizado na semana passada em Porto Alegre, para aprovar uma série de ações destinadas a marcar posição junto ao encontro Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável marcado para julho na capital fluminense.

Para os representantes dos movimentos sociais, o crescimento do planeta deve ter em seu centro a sustentabilidade ambiental, o combate às pobrezas e às desigualdades. Eles estão contra as propostas que as grandes corporações mundiais vão defender na conferência um “esverdeamento” do capitalismo.

“Para mudar a realidade não é só pintar a economia de verde. As empresas acenam com a salvação do planeta, mas elas querem transformar bens comuns como o ar e a água em mercadorias”, disse Carmen Foro, secretária de Meio Ambiente da CUT.

Já o coordenador das centrais sindicais do Uruguai, Hector Castellano, não considera possível que haja justiça ambiental e social no capitalismo. “O capitalismo não está em crise, ele é a crise”, disse.

Para Quintino Severo, secretário geral da CUT, a discussão sobre desenvolvimento sustentável estará incompleta se não englobar a distribuição de renda.

“Não adianta fabricar uma caneta sem degradar o meio ambiente, mas continuar acumulando riquezas nas mãos de poucos e explorando a classe trabalhadora”, comentou.

Ele defende uma ação de liderança do governo brasileiro, que deveria apontar na conferência das Nações Unidas novos caminhos para a economia e o social.

“Na carta final dos chefes de Estado devem ser pautadas a geração de empregos, a proteção social e a taxação sobre as transações financeiras”, concluiu.

Da Redação