Envelhecimento de frota automotiva dificulta cumprimento de metas ambientais no Brasil
Os maiores mercados automobilísticos do mundo correm para impulsionar o uso e a circulação de veículos elétricos, com vistas a diminuir o impacto climático do transporte motorizado e reduzir suas emissões de poluentes e gases de efeito estufa. Já no Brasil, o cenário é bem diferente: além do país caminhar a passos de tartaruga para a eletrificação, a idade média da frota que roda pelas ruas e estradas do país está aumentando, o que dificulta o cumprimento das metas atuais de redução da poluição atmosférica pelo setor automotivo.
N’O Globo, Cleide Carvalho trouxe dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) que indicam que a idade média dos veículos que circulam no Brasil aumentou em dois anos e 11 meses, atingindo a marca de 10 anos e cinco meses em 2021.
No estado de São Paulo, onde está registrada quase ⅓ da frota nacional, a idade média dos veículos aumentou quatro anos entre dezembro de 2015 e junho de 2022; para os automóveis de passeio, a média é de 18,7 anos; caminhões, 22,5 anos; e ônibus, 16 anos. Um dos pontos fracos do caso brasileiro está na fiscalização. Além de regras antiquadas, não existe restrição para a circulação de veículos mais poluentes – que são, em geral, os mais antigos.
Outro ponto problemático está na oferta de veículos menos poluentes no Brasil, especialmente modelos mais modernos, como os elétricos. Mesmo com a atenção maior dos consumidores, o valor médio dos carros elétricos à venda no país é bastante salgado: como assinalado pela Folha, o modelo mais barato está saindo por R$ 147 mil, sem luxos como ar-condicionado e partida por botão. Falta também infraestrutura para recarga dos veículos, o que diminui sua atratividade para os consumidores, mesmo os mais endinheirados.
Do ClimaInfo