Escravizado e torturado

Após sofrer tortura, trabalhador foge de fazenda no Pará e denuncia trabalho escravo.

Mais de sessenta cicatrizes
recentes de ferro quente
marcam um trabalhador de
cerca de 30 anos que denunciou
trabalho escravo em
uma fazenda de Paragominas,
no Pará.

De acordo com seu relato,
ele foi torturado pelo
patrão e mais dois capangas
quando reclamou das más
condições de alimentação
e do salário atrasado. Conseguiu
fugir da fazenda e
contou sua história à Superintendência
do Trabalho e
Emprego (SRTE) do Pará.
Na última terça-feira, a fiscalização
esteve na fazenda
e comprovou parte da história.

Foram encontradas 35
pessoas em situação semelhante
à de escravidão.
Os trabalhadores dormiam
em um curral abandonado,
junto com esterco de boi, e
eram alimentadas com restos
de bofe e tetas de vaca.

O fazendeiro Gilberto
Andrade já está na Lista
Suja do trabalho escravo
por manter 18 pessoas em
condições semelhantes na
cidade de Centro Novo, no
Maranhão.

Nenhum dos 35 libertados
tinha carteira assinada.
A maior parte deles havia
chegado em dezembro para
fazer a limpeza do pasto,
mas ainda não havia recebido
salário.

Em uma cantina mantida
pela fazenda, eram vendidos
fumo, sabonetes e
equipamentos de proteção
individual que, pela lei, devem
ser fornecidos gratuitamente
pelo empregador.

Todo o gasto dos trabalhadores
estava anotado em
um caderno.