Especialista da ONU denuncia escravidão de muitos trabalhadores domésticos

Os trabalhadores domésticos que sofrem abusos, tanto físicos como psíquicos ou sexuais, estão sendo tratados como escravos, denunciou nesta terça-feira uma especialista da ONU.

“Esta forma de escravidão ocorre em famílias de todo o mundo, e embora as vítimas se mantenham, em grande parte, invisíveis para o público em geral, a servidão doméstica constitui uma preocupação global de direitos humanos”, declarou a relatora da ONU sobre as Formas Contemporâneas de Escravidão, Gulnara Shahinian.

Como ocasião do Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, celebrado no dia 2 de dezembro, Gulnara assinalou que a maioria das vítimas deste tipo de escravidão são mulheres e meninas.

“A servidão doméstica é uma situação em que um indivíduo vulnerável é forçado, por coerção física ou moral, a trabalhar sem nenhuma recompensa econômica, ou está privado de sua liberdade e em uma situação contrária à dignidade humana”, acrescentou a especialista.

Também disse que as crianças são muito vulneráveis, especialmente “se vivem com seus patrões ou emigram de sua cidade para buscar trabalho doméstico”.

“Nenhuma criança menor de 18 anos deve viver com seu empregador doméstico ou trabalhar no exterior como trabalhador doméstico. Também deve ser proibido empregar menores de 15 anos ou que ainda estejam cursando a educação obrigatória”, assinalou.

Em relação aos autores de crimes de servidão doméstica, a especialista afirma que “devem ser perseguidos penalmente, e no caso de serem diplomatas, deve-se tirar a imunidade para que possam ser julgados”.

Da Agência EFE