Especulação pode acabar com Zona do Euro

Como na brincadeira de dominó, onde a queda da primeira pedra derruba as demais até não sobrar nenhuma em pé, a Zona do Euro pode estar com os dias contados em sua forma atual por culpa dos grandes especuladores globais.

O problema agora voltou ao primeiro país que encontrou dificuldades com suas dívidas com os banqueiros, a Grécia. Ele seguiu a receita do Fundo Monetário Internacional (FMI) e fez cortes de gastos sociais de R$ 50 bilhões, privatizações e reformas que tiraram direitos dos trabalhadores.

Mesmo assim, sua dívida subiu de 110% para 143% do PIB (Produto Interno Bruto) e o país não tem mais de onde tirar dinheiro para pagar. 

E a situação da Grécia complicou nesta semana devido à incapacidade de as autoridades monetárias europeias definirem um novo pacote de ajuda ao país.

Esta indefinição está empurrando economias maiores, como Espanha e Itália, para a mesma crise que já atingira Irlanda e Portugal.

Apesar de muito altas – 93% do PIB em Portugal e 96% do PIB na Irlanda –, as dívidas desses países ainda são bem menores que as da Itália – 120% do PIB.

Para complicar ainda mais a situação, a economia da Itália é muito maior que as de Portugal, Irlanda e Grécia juntas. E a economia da Espanha é equivalente a da Itália. 

Bancos recusam bom senso
Aí entra a brincadeira de dominó. Se não houver solução para a Grécia, ela quebra. Sua falência pode ser seguida por Portugal e Irlanda. Depois por Itália e, possivelmente, Espanha.

Além da catástrofe social que produziria, esse desastre impensável há poucos anos levaria a um redesenho da Zona do Euro e, provavelmente, sua dissolução na forma atual.

Nesta quarta-feira (13), jornais revelavam que a pressão popular levava bom senso a alguns dirigentes europeus, que cogitavam aceitar a tese de suspensão do pagamento ao menos de parte da dívida grega.

Mas a voracidade dos grandes especuladores não aceita a ideia. O Banco Central Europeu, poder maior na economia da região, rejeitou a proposta e o FMI voltou a insistir para que a Itália arroche ainda mais a população para pagar credores.

Da Redação