Estabilidade fica mantida na convenção
Além do bom resultado salarial, conquista importante dos metalúrgicos da CUT foi a manutenção da cláusula que garante estabilidade até a aposentadoria a todos os companheiros portadores de doenças ocupacionais que trabalham nas empresas do Grupo 5 (Sindipeças, parafusos e forjarias).
A manutenção da cláusula foi uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no final do ano passado. A sua confirmação coloca um fim à política que os patrões vem desenvolvendo há cerca de dez anos para as empresas poderem demitir trabalhadores nessas condições. O direito sempre foi ameaçado nas últimas campanhas salariais.
“Manter este precioso direito é motivo de comemoração”, disse o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo. A cláusula, lembra ele, tem uma função social: “Um trabalhador com doença ocupacional fica marginalizado e não consegue emprego formal”.
“Muitas vezes um trabalhador paga com a saúde ou com o seu emprego por um problema que é da empresa que não se preocupa com as condições de trabalho”, avaliou Mauro Soares, diretor de Saúde do Sindicato.
Ele cita um exemplo: “Levantamentos mostram que 32% dos trabalhadores sofrem algum tipo de LER/Dort”.
A decisão do TST também vai acabar com a pressão que outros grupos patronais passaram a fazer desde que o Grupo 5 entrou com a ação, em 1999.
Graças à cláusula, nos últimos cinco anos, 231 metalúrgicos portadores de doenças profissionais foram reintegrados em seus postos de trabalho aqui na nossa base, depois de serem demitidos arbitrariamente.