Estado de São Paulo não apoia iniciativas federais

Enquanto empregos crescem no Brasil por causa das medidas do Governo Federal, São Paulo não acompanha a subida e trabalhadores pagam a conta

Dados divulgados esta semana pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mostram que a indústria de transformação gerou 256.961 empregos neste ano e abriu 68.534 vagas nos últimos doze meses no Brasil.

Ainda conforme o Caged, o setor, que inclui a indústria automotiva e representa 97% do valor de toda a produção industrial do País, teve comportamento oposto em São Paulo.

No Estado, as demissões superaram as contratações e 3.928  companheiros perderam o emprego no ano, além de 18.349 nos últimos 12 meses.

Para o vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques, é fácil explicar essa contradição. “Os esforços do governo federal no sentido de implementar medidas que possam, no curto prazo, minimizar a perda de competitividade da indústria nacional e estancar a invasão do mercado brasileiro por produtos importados beneficiam principalmente os governos locais. Como a indústria paulista é imensamente superior a dos demais Estados brasileiros ela deveria estar entre as mais beneficiadas”, disse.

“Porém, para as medidas de incentivo surtirem efeito, elas precisam ser acompanhadas por medidas locais que complementem seus objetivos”, prosseguiu o dirigente.

“Infelizmente para os trabalhadores paulistas, se por um lado o governo federal vem fazendo a sua parte, não se pode dizer o mesmo dos governo de São Paulo, onde as decisões da presidenta Dilma não são completadas pelo governo do Estado”, afirmou o vice-presidente do Sindicato. 

Energia elétrica
Um dos exemplos que Rafael Marques citou foi a queda nas tarifas da energia elétrica que o governo federal vai promover e, até agora, não teve adesão do governo de São Paulo.

“Como a energia elétrica é um dos componentes mais caros na formação do preço de um produto, a diminuição das tarifas torna as mercadorias mais baratas, aumentando suas vendas e, consequentemente, a produção”, explicou.

“O silêncio do governo paulista sobre o assunto demonstra que enquanto Brasília se movimenta, o Estado de São Paulo fica parado”, destacou Rafael. “Essa diferença mostra bem a distância entre os dois projetos que estão em disputa no Brasil”, continuou o vice-presidente do Sindicato.

Segundo ele, esse projeto foi iniciado por Lula e continuado por Dilma, e representa o interesse dos trabalhadores. O outro significa o retorno da gestão desastrosa de FHC.

“Por isto é importante termos governos alinhados a projetos de desenvolvimento que defendam nossa classe”, continuou o dirigente. “Governos que perdem ou se colocam em oposição a essas oportunidades perdem os empregos que elas geram, como é o caso de São Paulo”, concluiu Rafael Marques.

Da Redação