“Estamos longe das nossas metas”

Tarcísio Secoli, secretário-geral do Sindicato e coordenador do MOVA, quer participação maior dos empresários para acabar com o analfabetismo no Grande ABC.

Qual a avaliação nestes quase dez anos de MOVA?

Os resultados são positivos e, ano a ano, o MOVA cresce. Nossa preocupação é levar a sala de aula onde está o aluno, que precisa ser convencido a frequentá-la. Também o educador popular, preferencialmente, é uma pessoa do bairro, pois sabe onde estão as pessoas com baixa escolaridade.

O MOVA cumpre seus objetivos?
O ABC tem mais de 200 mil pessoas com baixa escolaridade, e alfabetizamos 10 mil por ano. Desse jeito vamos demorar pelo menos 20 anos. É muito tempo!

A comunidade não participa?
O envolvimento da comunidade sempre foi grande, pois a região tem entidades com forte trabalho social. A dificuldade do MOVA é manter as salas, com o pagamento da bolsa-auxílio e do material escolar.

É muito caro?
Pelo trabalho educacional e social, o custo de uma sala de aula é baixo. O monitor ganha uma bolsa-auxílio de R$ 279,00, além da despesa com material educacional. O MOVA entende que essa não é uma tarefa apenas do poder público, mas sim de toda a sociedade.

Existem dificuldades para fazer parcerias?
O MOVA transformou-se em OSCIP no ano passado, que é uma organização não governamental de interesse público, permitindo uma prestação de contas mais eficiente, inclusive emitindo nota fiscal para que os parceiros possam abater a contribuição no Imposto de Renda. Com isso, esperamos participação maior do empresariado, que até hoje foi considerada tímida.