“Estamos na vanguarda da estupidez mundial”, disse a médica Luana Araújo à CPI da Covid
No início de maio, a médica chegou a ser anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o cargo de secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19. Porém, após a divulgação da imprensa sobre seu posicionamento contrário ao chamado “tratamento precoce”, sua passagem pelo governo durou apenas 10 dias.
Luana Araújo disse não saber se sua posição, contrária à de Jair Bolsonaro, influenciou em sua saída, mas disse que seria “lamentável” se houvesse essa influência, pois o uso do medicamento para Covid-19 não tem embasamento científico.
“Essa é uma discussão delirante, anacrônica, esdrúxula e contraproducente. Estamos na vanguarda da estupidez mundial em vários aspectos, porque estamos discutindo algo que não tem cabimento. É igual discutir de qual borda da terra plana vamos pular”, afirmou.
Hecatombe
O início do depoimento contou com uma homenagem às vítimas da Covid-19. Segundo ela, o Brasil teria que ficar mais de 320 dias em silêncio se quisesse prestar um minuto de silêncio para cada vítima.
“É uma hecatombe, só de ontem pra hoje caíram 12 aviões em nosso território. Ciência não tem lado político, apenas prioriza a vida”, destacou.
À CPI, a médica disse ainda que não enfrentou resistência no Ministério da Saúde, mas não foi dada uma justificativa para não ser nomeada. “Quando vi que arrastaram a minha nomeação, sabia que não aconteceria. Não sei se minha manifestação científica influenciou. O ministro Queiroga disse que lamentava, mas que minha nomeação não foi aprovada”, contou.
465 mil mortes
O Brasil chegou a 465.312 mortes registradas de Covid-19. A média móvel em uma semana foi de 1.870 óbitos por dia, variação de -4% em duas semanas.
O total de casos foi de 16.625.572. A média móvel foi de 61.370, variação de -5%.
Receberam as duas doses da vacina 22.374.235 pessoas, o equivalente a 10,57% da população. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa.
O Estado de São Paulo registrou 112.210 mortes e 3.291.509 casos. A ocupação de leitos de UTI está em 78,9%, segundo a Fundação Seade.
O ABC teve 8.047 pessoas mortas e 194.011 infectadas, com média móvel em uma semana de 40 óbitos por dia, variação de +4,5% em uma semana. A média de casos foi de 543 por dia, variação de +14,5%, de acordo com a ABC Dados.
Com informações da Rede Brasil Atual