“Este é o momento de fazer a reforma sindical”

“Dizer que este não é o momento de fazer a reforma sindical é ter medo de mudar a estrutura sindical do País”, disse o secretário da CUT Artur Henrique durante a plenária realizada pela CUT-SP no final de semana em Serra Negra.

Os 324 dirigentes aprovaram por ampla maioria a defesa do projeto de reforma sindical que começou a tramitar no Congresso.

Para Artur Henrique, o projeto não é ideal mas tem avanços significativos como o fortalecimento da contratação coletiva, o fim da cobrança de taxas obrigatórias, o reconhecimento das centrais sindicais e a organização por ramos de atividades e nos locais de trabalho.

Ele avisou que o projeto não vai retirar direitos e nem diminuir o poder dos sindicatos. “Somos contra a flexibilização de direitos e esse tema não está em nenhum artigo da reforma”, explicou.

A CUT vai desenvolver uma estratégia para aprovar, ainda neste ano, o projeto no Congresso. Uma das propostas é criar comitês pró-reforma e outra é promover encontros e seminários para ampliar o debate com a sociedade.

CUT quer mínimo constitucional

A CUT nacional reagiu de maneira negativa às notícias de que o governo federal quer vincular o reajuste do salário mínimo à reposição da inflação e ao PIB per capita.

De acordo com a Central, o salário mínimo precisa de uma recomposição de seu poder de compra através de uma política que determine a reposição da inflação e aumentos reais regulares.

“O salário mínimo deve atingir, a médio e a longo prazos, o seu papel constitucional”, disse o presidente da CUT, Luiz Marinho.

Ele pediu também a instalação do Conselho Nacional do Salário Mínimo, proposta feita em dezembro pela Central e aceita pelo presidente Lula, mas não cumprida.