Estoque da GM é de 79 dias, o dobro da média do mercado
Na média do mercado, o estoque de veículos leves entre montadoras e concessionárias está em 38 dias, volume informado pela Anfavea e considerado normal pelas duas partes. Mas nem todas as marcas estão em situação confortável. No caso da General Motors, o estoque é de 79 dias, ou seja, praticamente o dobro da média. Não à toa, portanto, que a montadora tenha negociado lay-off na fábrica de Gravataí, RS, a partir de abril, além de ter paralisado operações lá por 30 dias, retomando produção na última segunda-feira, 17.
No caso das férias coletivas, a GM informou que a parada foi necessária para a atualização e modernização de processos em algumas áreas da produção, ações que devem contemplar a chegada do novo Onix em breve. Já em relação ao lay-off, admite que a medida visa alinhar a produção à demanda atual do mercado. Alguns concessionários Chevrolet, que preferiram não se identificar, confirmaram o estoque elevado de modelos da marca e insatisfação na rede por esse motivo e também pela falta de projetos mais claros com relação a modelos eletrificados.
Segundo essas fontes, a GM já vinha num processo de reduzir a quantidade de pontos de venda e agora está querendo reduzir o número de grupos que atuam com a marca. Certo é que em contraste com desempenho positivo de outras marcas, a Chevrolet enfrenta problemas atualmente. Sua participação no mercado de leves, que era de 16,5% no primeiro bimestre de 2023, baixou para 11,5% no mesmo período do ano passado e está em apenas 10,7% este ano, com a Toyota emplacando volume cada vez mais próximo da marca estadunidense.
No Brasil, no ano passado, a montadora reviu o discurso e admitiu o desenvolvimento local de híbridos, mas até o momento não apresentou para a rede de concessionárias um cronograma sobre seus planos nesse sentido. Enquanto isso, a Fiat já lançou carros do gênero no mercado brasileiro e outras, como a Volkswagen, dizem estar com projetos avançados nesse sentido.