Estrago ainda não foi recuperado

No ano passado, a Previdência Social foi responsável por tirar 20 milhões de pessoas da pobreza e 17 milhões da situação de indigência.

Porém, segundo análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os números poderiam ser melhores se os indicadores da Previdência não tivessem sofrido piora significativa a partir de 1987.

Naquele ano, 51,8% da população brasileira contribuía para a Previdência. Dali pra frente, as políticas neoliberais provocaram um forte estrago por causa do desemprego.
A recuperação só começou, e de forma discreta, em 2001. Nos anos seguintes essa melhoria vem se tornando mais acentuada, e a-tualmente esse percentual é de 51,2%.
O estudo revelou que a situação é pior nas metrópoles brasileiras, onde se concentra o emprego industrial, o mais afetado naqueles 20 anos. No ano passado, 57,6% da população contribuía para a Previdência.

Esse percentual em 1987 era de 69,7%. No campo, o percentual de contribuintes aumentou. Em 2007, eles eram 26,2% dos trabalhadores, enquanto há 20 anos não passavam de 18,6%.
Apesar disso, sete em cada 10 pessoas ocupadas no campo não são segurados do INSS.