Estresse e adoecimento

A ciência comprovou a relação e identificou o mensageiro responsável pelo adoecimento ou agravamento de doenças nos indivíduos expostos ao estresse crônico.

Há bastante tempo, muitas evidências apontavam para uma relação estreita entre o adoecimento e a exposição ao estresse crônico no trabalho realizado por algumas atividades como motoristas de ônibus urbanos, policiais e médicos de pronto socorro, entre outras.

Essas evidências tornaram-se mais comuns a partir dos anos 90 com a reestruturação produtiva e as novas formas de organização do trabalho, com as novas exigências produtivas atingindo trabalhadores das mais diversas profissões.

A comprovação – A publicação de um estudo realizado na Universidade de Ohio, Estados Unidos, estabeleceu a relação científica do estresse com o adoecimento através da identificação de uma substância neurotransmissora chamada interleucina IL6 que, quando aumentada pela situação de estresse crônico, danifica o sistema imunológico.

O estudo durou seis anos e acompanhou 100 pessoas expostas ao estresse no trabalho. Nessas pessoas, a interleucina IL6 estava aumentada em até quatro vezes mais que em pessoas não expostas.

Além disso, a deficiência do sistema imunológico provocada por esse aumento foi responsável pelo aparecimento de várias doenças, além de agravar outras como hipertensão arterial e diabetes.

Deterioração da saúde – O estresse crônico, como é chamado o estresse diário por períodos prolongados, meses ou mesmo anos, tem como sua maior causa o trabalho.

Outros fatores de estresse crônico são as doenças incuráveis, a falta de segurança e a violência, as convivências conjugais extremamente conflituosas e a morte de entes queridos.

No entanto, em comparação com o estresse crônico provocado pelo trabalho, todos esses outros fatores representam menos de 20%.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente