Estresse e trabalho
O estresse, definitivamente, não é endógeno, isto é, uma condição interna, própria das pessoas. Estresse endógeno é, no mínimo, bastante discutível, diante da gama de fatores externos que atuam como agentes estressores.
Infância comprometida
Ainda nos primeiros anos de vida as crianças são obrigadas a abandonar parte das brincadeiras, dos jogos, das diversões lúdicas, para se preparar para o famigerado mercado de trabalho.
A pré-escola começa cada vez mais cedo. É preciso aprender línguas estrangeiras, informática, etc.
Tudo isso para atender uma sociedade capitalista totalitária, onde aqueles que não se enquadram nos padrões pré-estabelecidos são excluídos. E tome estresse.
Juventude competitiva
A adolescência, período fundamental para o desenvolvimento da nossa personalidade, para a formação de princípios éticos, morais, de solidariedade e sociabilidade, passa a ser marcada, cada vez mais, pelo desenvolvimento de valores individuais competitivos.
É preciso ser o melhor, o mais ousado, o mais empreendedor, o mais esperto para conquistar a tão sonhada vaga de trabalho que irá garantir sucesso, dinheiro, realizações, cidadania, enfim, felicidade. E tome estresse.
Trabalho e frustração
Chega o tão sonhado dia. Emprego novo, promessas, sonhos que parecem se concretizar. Frustração. O trabalho real é muito diferente do idealizado. A materialização do sonho se apresenta como pesadelo.
Para a maioria quase absoluta não vai haver sucesso, dinheiro, realizações. No lugar disso vai ter um dia-a-dia massacrante, uma rotina infernal, a submissão desmedida e a boca calada que mata o sonho e dilacera a existência.
A obesidade, a obsessão, a depressão, o estresse e, finalmente, o infarto…e tudo termina. Era um bom sujeito, honesto trabalhador e infeliz. Fazer o quê?
Departamento de Saúde do Trabalhador e meio Ambiente