Estudantes ocupam o Coliseu e a Torre de Pisa em protesto contra corte de verbas na Itália

Centenas de estudantes italianos ocuparam nesta quinta-feira (25/11) o Coliseu e a Torre de Pisa, em Pisa, em protesto contra uma reforma promovida pelo Ministério da Educação que prevê cortes orçamentários para o setor.

O grupo realizava uma manifestação nas ruas da capital e resolveu entrar nos edifícios, passando por cima das portas de controle. Eles permaneceram no segundo andar do Coliseu, gritando “nós somos os verdadeiros leões” e ascendendo latas com fumaças vermelhas.

“Manifesto a minha preocupação com o aumento da tensão. Precisamos ficar muito atentos”, declarou o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, comentando os atos promovidos pelos estudantes.

Ele afirmou que “a reforma da ministra [da Educação, Mariastella] Gelmini, não merece todos estes protestos, e é preocupante que se esteja optando de forma cada vez mais determinada pelo caminho da violência”.

Os estudantes já se retiraram dos locais históricos ocupados hoje. Outras manifestações têm ocorrido nas maiores cidades italianas também contra o ajuste orçamentário do ensino superior.

Ontem, um confronto entre policiais e estudantes que realizavam um ato deixou ao menos oito agentes das forças de segurança feridos, afirmaram as autoridades. O conflito, que ocorreu na praça de Montecitorio, em frente à Câmara dos Deputados, fez com que dois estudantes fossem presos e 27 indiciados.

Há algumas semanas, vários estudantes têm saído às ruas para sob o lema “Impediremos esta reforma”, em oposição à proposta do Executivo.

A Câmara dos Deputados aprovou hoje uma emenda ao projeto, defendida por parlamentares dissidentes do governo e atualmente apoiadores de Gianfranco Fini — presidente da casa legislativa e ex-aliado do premier, Silvio Berlusconi.

A ministra Gelmini, por sua vez, atestou que a emenda “não era particularmente negativa”, mas defendeu que, caso sejam votadas emendas “cujo conteúdo modifiquem substancialmente o sentido da reforma, então me veria obrigada a retirá-la” das votações no Parlamento.

O Executivo, que se opunha à proposta da oposição, perdeu a votação, que contou com 282 votos favoráveis, 261 contra, além de três abstenções. Esta é a quarta vez, desde terça-feira, que a bancada governista não delibera de forma unificada no debate proposto pelo Ministério da Educação.

A votação do projeto de lei sobre a reforma, que também deveria ter passado por uma deliberação hoje, foi adiada para terça-feira, dia 30 de novembro.

Do Opera Mundi