Estudo apoia pleito da Stellantis por incentivo
Logo que a equipe de transição do governo Lula foi montada, um estudo sobre os impactos positivos da industrialização em Pernambuco, encomendado por duas empresas, Stellantis e Baterias Moura, foi entregue ao então criado núcleo de desenvolvimento regional. No caso da Stellantis, que em 2015 ergueu, em área onde se plantava cana em Goiana, um dos mais robustos complexos automotivos do país, os dados servem de apoio para a defesa da extensão, até 2030, do programa de incentivos fiscais no Nordeste, previsto para terminar em 2025.
Organizado pela Ceplan, tradicional consultoria do Nordeste, o estudo de 36 páginas traz não só resultados esperados, como aumento de empregos qualificados e uma pauta de exportações mais vigorosa, como aumento na arrecadação municipais e estaduais. Tributos locais, com o ICMS, também incluem benefícios fiscais. O incentivo federal baseia em descontos sobre o IPI devido.
Hoje, 30% dos componentes que compõem os carros produzidos em Goiana são fabricados em Pernambuco. Os fornecedores foram se instalando no Estado aos poucos. Hoje são 34. O plano é chegar a 50 até 2030, quando, então, segundo raciocínio que prevalece no grupo, Goiana estaria pronta para operar sem incentivos.
A briga não será fácil. Concorrentes com base de produção no Sudeste já se mostraram incomodados com a última prorrogação do programa do Nordeste, em 2018. A montadora que tem manifestado oposição aos incentivos no Nordeste de forma mais aberta é a Toyota, com fábricas em três cidades do interior de São Paulo.
Do Valor Econômico