Estudo da Subseção do Dieese aponta recuperação do emprego formal e crescimento econômico

Taxa de desemprego é a menor em dez anos e Brasil fechou quadrimestre terminado em abril com 55,2 milhões de empregos com carteira assinada

Foto: Adonis Guerra/SMABC

O Brasil vem apresentando números positivos em relação a geração de empregos formais. Segundo o último balanço divulgado pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE, em abril, a taxa de desemprego ficou em 7,5% (8,2 milhões de pessoas). Trata-se da menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em abril desde 2014, quando o indicador estava em 7,2%.

O boletim sobre mercado de trabalho divulgado este mês pela Subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato, aponta que em abril de 2024 o número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil totalizou 55,2 milhões.  Os dados foram obtidos por meio dos registros da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego.

O saldo do emprego formal no ano passado foi de 1,5 milhão de novos postos de trabalho, já este ano, até o mês de abril, cresceu mais de 958 mil posições na ocupação. O estudo mostra que o principal setor responsável pelo crescimento foi o de serviços. Na base dos Metalúrgicos do ABC, a recuperação tem sido mais lenta do que a registrada em escala nacional e regional.

A direção do Sindicato observa com entusiasmo o aquecimento do mercado de trabalho, mas espera uma melhora ainda mais robusta no setor com a nova política industrial que vem sendo implementada pelo governo federal.

Foto: Adonis Guerra/SMABC

“O Brasil passa a ter um rumo a partir de 2023, quando o governo começa a falar em desenvolvimento econômico, anúncio de novos investimentos, geração de emprego, retomada de programas sociais e o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Com isso, a economia volta a crescer e os credores externos passam a acreditar novamente o mercado brasileiro”, avaliou o secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira.

“Esses números refletem essa retomada de rumo, o mercado de trabalho começa a dar sinais positivos, porém, esperamos mais crescimento, principalmente no setor industrial, com a implementação e os resultados do programa Nova Indústria Brasil. O país precisa de uma importante política de reindustrialização, precisa discutir a reconvenção para que possa crescer economicamente de forma mais sustentável e sólida”.

Metalúrgicos no Brasil

No país, no mesmo período, a categoria metalúrgica representou 2,4 milhões de trabalhadores. O saldo positivo de vagas foi de 36,1 mil, representando crescimento de 1,6% em todos os subsetores. A participação de montadoras e autopeças no emprego formal automotivo foi de 27,4% e 72,6%, respectivamente.

Metalúrgicos no ABC

A base do Sindicato até abril era de 69,8 mil trabalhadores. A categoria representa 72,4% dos metalúrgicos do Grande ABC, cujo contingente é de 96,4 mil trabalhadores. No primeiro quadrimestre do ano, o saldo do emprego formal alcançou 1.042 postos de trabalho. O maior saldo positivo foi no setor automotivo, com 490 novos vínculos. Conforme dados da RAIS, remuneração média dos trabalhadores do setor automotivo da Base do SMABC foi de R$ 8.657,40, valor puxado pelos salários das áreas administrativas. Considerando apenas os trabalhadores da produção, a média é de R$ 6.505,35.