Estudo revela que estações de recarga rápida de EVs poluem mais que postos de gasolina
Carros elétricos costumam ser tratados como a grande solução ambiental do século XXI, mas um novo estudo da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), traz à tona uma preocupação que poucos conheciam: a poluição do ar ao redor das estações de recarga rápida. A pesquisa analisou 50 pontos de carregamento DC Fast Charger (DCFC) e comparou os níveis de partículas finas, conhecidas como PM2.5, com locais como ruas movimentadas e até postos de gasolina.
O resultado foi surpreendente. Enquanto a média de PM2.5 em áreas urbanas de Los Angeles gira entre 7 e 8 microgramas por metro cúbico, e sobe para 10 ou 11 em cruzamentos ou rodovias, nos postos de gasolina esse valor sobe para cerca de 12. Já nos carregadores rápidos, a média ficou em 15 microgramas, com picos que chegaram a impressionantes 200 microgramas por metro cúbico em certos momentos.
Segundo os pesquisadores, a maior concentração foi registrada perto dos gabinetes de energia dos carregadores, que são responsáveis por converter a energia da rede elétrica em corrente contínua para abastecer os veículos. Esses equipamentos contam com ventiladores que evitam o superaquecimento, mas que também parecem levantar poeira e partículas suspensas no ambiente, criando uma área de ar contaminado nos arredores.
A professora Dr. Yuan Yao, envolvida na pesquisa, explicou que essa “ressuspensão de partículas” é a provável responsável pelos altos níveis de poluentes ao redor dos carregadores. Já o Dr. Michael Jerrett alertou para os riscos dessas partículas minúsculas, que são até 30 vezes menores que um fio de cabelo e podem atingir os pulmões e até o sistema circulatório, aumentando o risco de doenças cardíacas e respiratórias. Apesar do alerta, os especialistas reforçam que os carros elétricos ainda são muito menos poluentes que os veículos a combustão no longo prazo.
Do Notícias Automotivas