Eu aposto que você perdeu
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Recentemente, as bets – sistemas de apostas online – têm dominado o noticiário revelando preocupações alarmantes para a economia brasileira e causando danos econômicos e sociais significativos às famílias de baixa renda. Dados do Banco Central revelam que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas via Pix apenas em agosto.
Estima-se que cerca de 32 milhões de brasileiros já participaram dessas apostas, com uma movimentação total em torno de R$ 24 bilhões no último ano. Desde a liberação das apostas em 2018, sem regulamentação, o Brasil tornou-se um terreno fértil para sites fraudulentos e oportunistas.
Esse cenário é insustentável, pois impacta os trabalhadores e gera perdas na receita fiscal, já que a maioria das plataformas não pagam impostos no país. Além disso, muitos sites de apostas são operados por empresas internacionais resultando em evasão significativa de divisas. Os recursos investidos pelos apostadores brasileiros vão para fora do país, prejudicando a economia local e afetando negativamente a balança de pagamentos.
Para além do esforço de regular e estabelecer regras mínimas para que essas empresas possam operar no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na última quinta-feira, 3, que cerca de duas mil bets ilegais devem sair do ar nos próximos dias e orientou os apostadores a resgatar seu dinheiro.
É preciso lembrar: as promessas de dinheiro fácil seduzem principalmente os mais necessitados, mas oculta o fato de que aqueles que menos podem se dar ao luxo de arriscar são os que mais perdem.
Subseção do Dieese