EUA: Trabalhadores ocupam sede do governo de Wisconsin
O movimento sindical no estado americano de Wisconsin deu continuidade aos protestos contra a tentativa do governo local, chefiado pelo republicano Scott Walter, de anular os direitos de negociação contratual coletiva dos trabalhadores. Na semana passada os trabalhadores chegaram a ocupar o Capitólio, sede do governo estadual, por algumas horas.
O plano do governador também obrigaria os trabalhadores a pagar mais caro pelo sistema de aposentadorias e pelos planos de saúde.
O projeto provoca há já quase duas semanas protestos irados nos arredores do Capitólio estatal, em Madison, e ameaça por deslocar-se para outras regiões do país, onde políticos republicanos pretendem repetir os passos de Walter.
No último fim de semana o governador recusou-se a negociar com os manifestantes, enquanto se mantém a expectativa pelo desfecho do movimento em todos os Estados Unidos. Outros governadores republicanos temem ter de enfrentar poderosos sindicatos de funcionários públicos em protesto contra suas políticas de cortes nos orçamentos.
Acabar com o projeto de Walter é chave para os sindicatos públicos, que formam uma parte importante da base do Partido Democrata.
O presidente estadunidense, Barack Obama, e outros democratas necessitarão do apoio dos sindicatos nas eleições de 2012 para contrabalançar o enorme fluxo de fundos corporativos para campanhas políticas, permitidos por uma decisão da Corte Suprema no ano passado.
De acordo com a mídia estadunidense, Walker prevê que seu estado encabeçará uma ofensiva em todo o país para debilitar os sindicatos que negociaram pacotes de compensação, a seu ver, excessivos.
Ao mesmo tempo, os trabalhadores esperam que o governador faça concessões depois de que enfrentaram cortes em seus benefícios como aposentadoria e planos de saúde, que afetarão em até 8% os salários de muitos trabalhadores.
Espera-se que os protestos se espalhem para Ohio e Indiana, onde os republicanos tratam de aprovar medidas semelhantes.
A tensão teve uma forte escalada no último fim de semana, quando membros do movimento extremista Tea Party realizaram uma marcha em apoio à medida, com o argumento de que é necessária “para enfrentar o déficit fiscal do estado”.
Do mesmo modo, o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, ameaçou vetar a lei do Orçamento, se a Casa Branca não concordar em reduzir seus gastos.
Boehner advertiu que não aceitará sequer uma extensão do prazo de financiamento, o que faria com que, no dia 4 de março, o Governo nacional ficasse sem um tostão.
Da Prensa Latina