Evo Morales é declarado vencedor da eleição na Bolívia com 61% dos votos
Evo Morales ganhou o direito de comandar a Bolívia até 2020 e deve contar com maioria no Legislativo
Resultado confirma vitória da situação em oito dos nove departamentos bolivianos, inclusive no outrora reduto opositor de Santa Cruz. Presidente afirma que resultado é derrota dos ´privatizadores´
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia declarou o presidente Evo Morales ganhador da eleição geral realizada no último domingo, com 61,04% dos votos válidos e 99,82% das urnas apuradas. Com esse cômputo, divulgado no último domingo (19) pelo TSE em uma publicação especial em jornais locais, o governista Movimento ao Socialismo (MAS) alcançou 3.053.846 votos frente aos 1.225.095 obtidos pela segunda força mais votada, Unidade Democrata (UD).
O oposicionista Samuel Doria Medina, do UD, recebeu 24,49% dos votos. Em seguida ficou o ex-presidente Jorge Quiroga (2001-2002) com 9,07%; o ex-prefeito de La Paz, Juan del Granado, com 2,72%, e o indígena Fernando Vargas, com 2,69%.
A presidenta do TSE, Wilma Velasco, explicou ontem à noite à imprensa que “a porcentagem mínima que falta” na apuração corresponde a 44 mesas eleitorais na região de Santa Cruz e a cinco em Oruro onde se repetirá a votação no fim do mês, mas isto “não terá incidência no resultado final”.
Em entrevista à imprensa, Morales assinalou hoje que se sente “muito contente e muito feliz” por ter sido reeleito e considerou que “os que perderam são os privatizadores”. Os dados apresentados pelo TSE confirmam a vitória do presidente em oito das nove regiões bolivianas, incluída Santa Cruz, que historicamente foi o bastião da oposição e anos atrás também epicentro do movimento autonomista.
Nessa região, Morales obteve 49,01% dos votos, contra 39,79% de Doria Medina. A única região onde o governo perdeu foi na amazônica Beni, na fronteira com o Brasil, onde o MAS alcançou 41,49% contra 51,44% do UD.
Os residentes bolivianos no exterior também votaram majoritariamente no presidente, segundo dados do TSE. Com 100% dos votos do exterior apurados, Morales teve 72,29%, seguido por Doria Medina, com 15,4%, e Quiroga, 8,17%.
A demora do TSE em divulgar os dados da votação, atribuídas por esse organismo a problemas técnicos e a uma suposta ameaça de ciberataque, foram criticadas pelo governo, pela oposição, pela Igreja Católica e pela missão eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Embora Morales tenha sido reeleito com grande maioria, ainda não está claro se seu partido terá ou não os dois terços no parlamento, segundo a imprensa local. O TSE também não deu informação sobre a formação da Assembleia Legislativa. O partido de Del Granado, o Movimento sem Medo (MSM), e o Partido Verde, de Fernando Vargas, já não serão reconhecidos como entidades políticas por não terem alcançado o mínimo de 3% estabelecido pela cláusula de barreira.
Da Rede Brasil Atual