Ex-metalúrgico é eleito primeiro-ministro na Suécia
Stefan Löfven durante encontro com metalúrgicos do ABC
A oposição de esquerda venceu as eleições parlamentares na Suécia, enquanto a extrema-direita registrou um avanço histórico, segundo resultados definitivos divulgados na noite deste domingo.
Os social-democratas receberam 31,3% dos votos, o que faz do ex-metalúrgico e sindicalista, Stefan Löfven, o encarregado de formar o novo governo.
A votação foi histórica para os Democratas da Suécia (extrema-direita), que se tornarão o terceiro partido do país, com 12,9% do eleitorado.
Os social-democratas e seus aliados naturais – os Verdes e o Partido de Esquerda – somam mais de 43% dos votos, ficando abaixo da maioria absoluta, mas superando a coalizão de centro-direita até então no poder.
Em sua primeira declaração após a vitória, Löfven disse que está “pronto para explorar a possibilidade de formar o novo governo”, e estendeu a mão “aos demais partidos democráticos” que queiram trabalhar com ele no Parlamento.
Mas o líder de esquerda rejeitou qualquer acordo com os Democratas da Suécia, que surgem como a terceira força do Parlamento. “Não haverá cooperação, é preciso levar em conta que 87% dos suecos não votaram neles”.
Löfven qualificou os Verdes como seus “companheiros naturais de trabalho”, do mesmo modo que o Partido de Esquerda, “com o qual mantemos uma boa colaboração”.
O resultado representa o fim de oito anos de governo do primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt.
Reinfeldt admitiu na noite deste domingo sua derrota, anunciando que pedirá demissão na segunda-feira.
“O povo sueco tomou sua decisão. Diante disto, apresentarei amanhã minha demissão”, declarou Reinfeldt na sede do Partido dos Moderados em Estocolmo.
O partido de Reinfeldt obteve 23,2% dos votos, contra 30,1% em 2010.
Já o presidente dos Democratas da Suécia, Jimmie Åkesson, 35, afirmou que “nós somos os donos da festa a partir de agora”, ao comentar o avanço histórico de 5,7% em 2010 para 13% hoje.
“Agora damos as cartas (…). Será preciso governar o país e ficará difícil se não nos escutarem”, previu Akesson, líder de um partido anti-imigração até agora marginal.
Mais cedo, ao depositar seu voto em Estocolmo, o vitorioso Löfven destacou que “haverá uma mudança na vida política sueca”.
Do portal Istoé Dinheiro