Experiência da categoria desperta interesse na Rio+20
50 mil pessoas estarão na conferência que debate o desenvolvimento sustentável no mundo. Metalúrgicos do ABC apresentaram proposta que preserva o meio ambiente
Valdir, Leila, Silvio e Ana Nice. Foto: Divulgação
A partir desta quarta-feira (13), o Rio de Janeiro espera mais de 50 mil pessoas, entre sindicalistas, representantes de movimentos sociais, empresários, chefes de Estado e de Governo, para debater desenvolvimento sustentável durante a Conferência das Nações Unidas (ONU), a Rio + 20.
O encontro tem este nome por acontecer exatamente 20 anos após a Eco-92, também realizada na capital carioca e primeiro encontro mundial a discutir o meio ambiente.
O Sindicato é representado na conferência pela diretora executiva Ana Nice Martins de Carvalho; e por Leila Patrícia Santana do Nascimento, do CSE na Scania; Silvio Cesar do Nascimento e Valdir Leite de Souza, da representação dos trabalhadores na Volks.
Sindicato cidadão
Nesta terça-feira (12), os dirigentes também participaram da II Assembleia Sindical sobre Meio Ambiente e Trabalho. O evento com a presença de sindicalistas de todos os continentes ocorre paralelo à Rio + 20 e produzirá um documento para encaminhar à conferência.
Segundo Silvio Cesar do Nascimento, que participou de um dos grupos de trabalho do seminário, o maior desafio foi propor ações, respeitando as diferenças entre os países.
“O Brasil e a grande maioria dos países da América Latina estão muito avançados em políticas de inclusão social e isso facilita o debate da preservação do meio ambiente”, afirmou. “Mas não podemos nos esquecer de outras nações que sequer vivem em uma democracia”, concluiu.
O diretor contou que a experiência de Sindicalismo Cidadão desenvolvida pelos metalúrgicos do ABC – como apoio a cooperativas de reciclagem, por exemplo – tem despertado o interesse de sindicalistas de todo o mundo, que ainda buscam a organização de suas bases para enfrentar questões do desenvolvimento sustentável com crescimento, inclusão e preservação do ambiente.
“Fortalecer negociação coletiva é parte da transição justa”
O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, passou a limpo a pauta que a Central defenderá tanto na Cúpula dos Povos quanto na conferência oficial da Rio + 20.
“Não há desenvolvimento sustentável e transição justa para uma nova economia sem proteção social e trabalho decente”, defendeu.
Para o dirigente, nada mudará se os países repetirem fórmulas de sistemas falidos. “Não vamos criar um modelo de desenvolvimento sustentável se continuarmos seguindo as orientações do FMI, do Banco Mundial e dos neoliberais, que pregam o lema da restrição e do arrocho, afetando os trabalhadores e aqueles que mais precisam de proteção social”, disse Artur.
Ele ressaltou ainda que a chamada transição justa, de uma economia poluente para uma preocupada com a preservação dos recursos naturais, deve levar em conta a qualidade de vida e a voz do trabalhador.
“Temos que fortalecer a negociação coletiva e a liberdade e autonomia sindical ao redor do mundo”, concluiu Artur.
Da Redação