Exploração desumana: Nigéria acusa Pfizer de matar 11 crianças
Laboratório norte-americano usava crianças como cobaias humanas
O governo da Nigéria exigiu indenização de R$ 14 bilhões do grupo farmacêutico americano Pfizer por ter realizado no país testes de um medicamento que provocou a morte de pelo menos 200 crianças. O caso inspirou o filme O Jardineiro Fiel do cineasta brasileiro Fernando Meireles.
O laboratório é acusado de usar em 1996 o remédio Trovan Floxacin para combater uma epidemia de meningite e sarampo sob o pretexto de que se tratava de uma ação humanitária. O produto foi testado sem a aprovação das autoridades da Nigéria.
Na ação apresentada à Justiça, o governo do país afirma que as crianças que tomaram o medicamento sofreram diversas doenças, principalmente surdez, paralisia, transtornos da fala, lesões cerebrais ou cegueira. Onze crianças morreram.
O processo explica que, em abril de 1996, várias epidemias afetaram o norte da Nigéria. Em meio ao surto, a Pfizer imaginou um esquema que permitiria esconder suas verdadeiras intenções de realizar testes, usando o pretexto de participar no atendimento das vítimas.
O laboratório nunca disse que tinha a intenção de fazer experimentos com as vítimas ou de realizar qualquer teste clínico. Ao contrário, afirmou que pretendia fornecer ajuda humanitária.
Só que a Pfizer escolheu 200 crianças com meningite e as medicou com um antibiótico nunca testado. Como a empresa destruiu as evidências de uso do remédio na Nigéria, as autoridades do país foram obrigadas a abrir o processo.