Exportação de veículos é a maior desde outubro de 2008

Indústria automotiva espera melhor resultado da história em março; produção de veículos sobe 2,8% em fevereiro ante janeiro e Veículos têm venda recorde para o mês de fevereiro

Depois de amargar uma redução de 35,3% em 2009, as exportações do setor automotivo começam a mostrar recuperação. De acordo com dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quinta-feira, as vendas externas de veículos do país somaram 57.510 unidades em fevereiro, o melhor resultado desde outubro de 2008.

No confronto com janeiro, os números representam alta de 18%, enquanto que ante o mesmo mês do ano passado o crescimento foi de 88,3%. “A recuperação de alguns mercados, basicamente na América Latina, ajudou”, afirmou Jackson Schneider, presidente da associação. Entre os países, ele citou Argentina, México, Chile e Colômbia.

 

Dados da Anfavea mostram que, em 2008, a América do Sul era o destino de cerca de 60% das exportações de veículos do Brasil. A América do Norte ficava com uma fatia de 14,4%, enquanto a Europa tinha 9,3%. Entre os países, a Argentina liderava as importações, com 51,2%, seguida por México (13,2%).

Schneider citou a recuperação de estoques, que ficaram muito baixos durante a crise, como outro motivo para o aumento das exportações no período.

A previsão da Anfavea é que a exportação de veículos brasileiros chegue a 530 mil unidades neste ano, 11,5% acima das 475,3 mil de 2009. Apesar da elevação ante o ano passado, o número ainda está bem abaixo do registrado em anos de indústria aquecida, como 2005 (897.144).

A última vez em que as vendas externas ficaram no patamar previsto para este ano foi em 2003, quando foram exportadas 535 mil unidades. “Os mercados não vão voltar de uma hora para a outra. Mas mesmo assim, a recuperação não é suficiente, porque isso não significa que a gente de fato vá voltar a exportar para esses mercados”, afirmou Schneider.

De acordo com o presidente da Anfavea, o mercado brasileiro perdeu competitividade com a crise. “O câmbio não é o principal problema, mas mostrou que o processo de produção aqui é mais caro que lá fora”, disse. “Talvez a gente não consiga retomar, ou retome em menor escala, ou até perca mercado em alguns segmentos.”

As importações do setor, por outro lado, tiveram redução de 5,9% em fevereiro ante janeiro, para 40.466 unidades no mês. A participação desses veículos no total de vendas no país caiu para 18,3%, ante 20,1% em janeiro. A previsão da Anfavea é que essa taxa termine o ano em torno de 15%.

Folha Online