Exportações de veículos têm pior primeiro semestre desde 2009

Embarques de 165,3 mil veículos representam recuo de 28,3% diante dos primeiros seis meses de 2023

A indústria automobilística brasileira vai exportar bem menos do que esperava em 2024. Após as 165,3 mil unidades embarcadas no primeiro semestre, a Anfavea refez os cálculos e agora estima que não mais do que 320 mil veículos deixarão o País rumo a outros mercados. O desempenho dos primeiros seis meses do ano foi o pior para o período desde 2009, com exceção de 2020, quando a pandemia da Covid-19 paralisou as transações internacionais durante meses.

A comparação com o primeiro semestre de 2023 aponta queda acentuada de 28,3%. Em junho, somente cerca de 29 mil veículos passaram pelos portos brasileiros rumo ao exterior. A nova projeção de 320 mil veículos leves e pesados para 2024 é 20,8% menor do que as 407 mil unidades estimadas inicialmente pelos fabricantes, crescimento então de 0,7%, mas cenário de quase estagnação, já que em 2023 os embarques somaram 404 mil veículos.

A Anfavea calcula agora que veículos leves deverão acumular 300 mil embarques ao longo do ano, enquanto caminhões e ônibus chegarão próximos a 20 mil unidades. Confirmados esses números, os recuos na comparação anual por segmento seriam, respectivamente, de 21,5% e 9,1%. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, elenca queda dos mercados de destino e avanço dos veículos asiáticos, chineses em particular, como fatores determinantes para o fraco desempenho das exportações brasileiras.

Em 2024, somente os embarques para o Mercosul cresceram. O avanço de 6%, contudo, se deu em cenário de forte recuo de 19% das vendas de veículos no bloco, a maior queda entre os principais destinos dos veículos brasileiros. Para o México, cujas vendas internas avançaram 7%, o Brasil vendeu 3% a menos, enquanto para Colômbia, Chile e Peru, outros três mercados importantes que declinaram na média 3%, os embarques foram 6% menores.

Do AutoIndústria