Extração e metalurgia concentraram 56% dos investimentos chineses no País

Levantamento do Ministério do Desenvolvimento abrange últimos 8 anos. 67% dos investimentos foram realizados na região Sudeste, diz governo

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou nesta quinta-feira (14) que os investimentos realizados por empresas chinesas no país nos úlitmos oito anos somaram US$ 37,1 bilhões, totalizando 86 operações em novos negócios ou fusões e aquisições.

O período considerado foi entre janeiro de 2003 e o mesmo mês deste ano. Não engloba, deste modo, os investimentos anunciados nos últimos dias, em decorrência da viagem da presidente Dilma Rousseff ao país asiático. Entre eles, a eventual fabricação do iPad no Brasil.

O levantamento é da Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (Renai) da Secretaria de Desenvolvimento (SDP) da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

No período analisado, o setor de metais – incluídas as atividades de extração e de metalurgia – recebeu a maior parte dos anúncios de investimento (56,5%), seguido pelos segmentos de petróleo, gás e carvão (28%), energia elétrica (5,2%), automotivo (4%) e logística de transportes (1,9%), informou o governo.

Regiões
O levantamento da Renai também mostrou que, por regiões, o Sudeste foi o destaque como destino dos investimentos anunciados (67,1%), além de ter também uma participação conjunta de 11,7% com outras regiões, Sudeste/Nordeste (7%) e Sudeste/Centro-Oeste (4,7%).

Considerando apenas os investimentos destinados ao Sudeste, os setores de metais e petróleo, gás e carvão corresponderam a 94,15% do volume anunciado. No total, foram 23 operações divulgadas.

Por unidade da federação, o Rio de Janeiro foi o principal estado a ter investimentos chineses anunciados (20%), com destaque nas áreas de petróleo e gás e metalurgia, informou o Ministério do Desenvolvimento. Com relação aos investimentos que abrangem mais de um estado, o conjunto São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, foi o destaque, com 19,2% de participação.

Na Região Norte, os principais anúncios foram para os setores de metais (67,5%), duas rodas (20,5%) e eletroeletrônicos (9,7%), num total de 35 anúncios. No Nordeste, os investimentos chineses anunciados foram destinados, principalmente, aos setores de metais (75,9%) e alimentação e fumo (14,5%). O número de projetos chineses previstos para essa região chegou a nove. Para o Sul, foram anunciados três projetos, sendo a maior participação para o setor de energia elétrica (91,3%).

Ano de 2010
Em 2010, ainda segundo dados do governo federal, os investimentos chineses anunciados no Brasil totalizaram US$ 17,17 bilhões, sendo US$ 4,08 bilhões em novos investimentos e US$ 13,09 bilhões em operações de aquisição.

Segundo o coordenador da Renai, Eduardo Celino, desse total, US$ 14,34 bilhões estão ligados a commodities (petróleo e gás e metais), o que evidencia a estratégia chinesa de garantir autofornecimento de matérias-primas. Os US$ 2,88 bilhões restantes destinaram-se aos setores de infraestrutura – transmissão de energia elétrica – e de produtos manufaturados, como automóveis e máquinas e equipamentos.

Dentre os setores identificados, o de petróleo é o que recebeu o maior volume de anúncios – US$ 10,17 bilhões. Nos outros setores de commodities, os investimentos anunciados alcançam cerca de US$ 4 bilhões em mineração e US$ 300 milhões ligados ao agronegócio (soja).

Do G1