Fábrica da Ifer é transferida para Diadema

Estamparia instalada no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, vem para o ABC


Dirigentes do Sindicato visitaram a fábrica, em Diadema.
Fotos: Rossana Lana / SMABC

Na contramão das empresas que deixaram o ABC alegando custos altos, a estamparia Ifer está transferindo para Diadema a fábrica hoje instalada em Santo Amaro, na Capital.

Com a mudança da seção já vieram cerca de 100 trabalhadores. Ainda no primeiro semestre do próximo ano serão transferidos o setor administrativo e a galvanoplastia, com 230 companheiros. Eles vão se somar aos 450 metalúrgicos que hoje trabalham na fábrica de Diadema.

Atrativos
Na terça-feira, diretores do Sindicato visitaram a fábrica para uma reunião com a dirigente da empresa e uma conversa com os trabalhadores.

O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, classificou essa mudança da unidade como muito importante. “É um movimento no sentido inverso, da instalação de empresas de fora. É a região recebendo investimentos e é a categoria crescendo”, comentou.

Para ele, essa transferência mostra a viabilidade do ABC, que tem muitos atrativos para oferecer.


Ana Maria Ioni Fernandez

Reduzir custos para manter concorrência
“Estamos mudando para reduzir custos, que é uma luta constante das empresas 100% nacionais. Vamos unificar as unidades para ganhar eficiência e aumentar a competitividade, principalmente em relação às empresas dos países asiáticos”, disse Ana Maria Ioni Fernandez, diretora administrativa e financeira da Ifer.

Segundo ela, um de seus ganhos será em relação à localização. “Nossa unidade está em Santo Amaro. Assim, vamos sair das proximidades da Marginal Pinheiros, local com operação logística complicada, para uma área ao lado da Imigrantes e do Rodoanel”, comentou. Ana Maria afirmou ainda que a manutenção do prédio na capital é mais cara.


Produção na fábrica

Concorrência desleal
A executiva destacou também que a política de redução de custos visa aumentar a competitividade da empresa. “Temos dificuldades de enfrentar os produtos importados, pois no Brasil a matéria prima é cara, além da enorme carga tributária que existe sobre a mão-de-obra”, disse Ana Maria.

Ela lembrou que nos países asiáticos a mão-de-obra é praticamente escrava, provocando uma concorrência desleal, e disse esperar do governo ações para aliviar os tributos e controlar as importações.

“Se nós pagamos, por exemplo, 10 reais pela matéria prima, é esse o preço das peças vindas já prontas da China”, concluiu a executiva.

Da Redação