Fábrica do Fiat Cronos na Argentina terá produção suspensa

Sedã é o mais vendido de lá e linha de montagem também abastece o mercado brasileiro

Poucas horas depois que o ministro da economia da Argentina, Luis Caputo, premiou as fábricas de automóveis da Argentina com benefícios fiscais, a fábrica do Stellantis Group em Córdoba informou a seus funcionários que o centro industrial de Ferreyra (ARG) ficará fechado durante esta semana inteira. A fábrica de Ferreyra é a que produz o carro mais vendido da Argentina nos últimos anos, o Fiat Cronos. A planta também é responsável pela produção do sedã para o mercado brasileiro.

A Stellantis é a montadora resultante da fusão entre os grupos FCA (Fiat-Chrysler) e PSA (Peugeot-Citroën). Seu diretor na Argentina, Martin Zuppi, é também o presidente da Adefa, a associação que reúne os principais fabricantes de automóveis da Argentina. As empresas automotivas argentina receberam do governo reduções nas tarifas de importação de insumos de produção, como matrizes e moldes. Caputo também as beneficiou com isenções de tarifas de exportação e procedimentos acelerados no processo de aprovação de novos veículos.

Nesse contexto de gestos de boa vontade do governo para com os associados da Adefa, a decisão de suspender os trabalhos de uma das fábricas mais importantes do país no mesmo dia foi uma surpresa. As razões para o fechamento de uma semana não foram confirmadas. Os rumores variam de excedentes de estoque devido à queda na demanda a problemas com o fornecimento de peças. Fala-se também de uma “mensagem”.

A Adefa está pressionando o governo a enviar um aviso: os benefícios anunciados hoje para as fábricas de automóveis não seriam suficientes. A Adefa quer mais e colocou a suspensão da linha na mesa para discussão. Por enquanto, sabe-se que as concessões de Caputo aos fabricantes não beneficiariam diretamente os consumidores. Entre as tarifas e os impostos que foram revisados e cortados, não há nenhum que afete diretamente a redução de preços ou os incentivos de consumo para os compradores de automóveis argentinos.

Do Motor1