Fábricas assumem compromisso. Sem negociação, é greve!

Até o final da tarde desta sexta-feira (18), cerca de 13 mil metalúrgicos em 33 empresas dos grupos 2, 3 e 8 na base já haviam garantido o compromisso em fechar acordo semelhante ao das montadoras, com 4,44% de reposição, 2% de aumento real e abono.

Várias outras empresas estão negociando e devem assumir o mesmo compromisso durante a semana. Nas fábricas que resistem, os trabalhadores cruzam os braços. O resultado mostra que a estratégia do Sindicato é correta.

Braços cruzados

Essa estratégia foi aprovada na noite de quinta-feira, em assembleia que decidiu decretar greve. Logo após a assembleia, as empresas começaram a procurar o Sindicato para negociar.

Nas empresas que não chamaram para conversar, os companheiros tiveram que parar para conseguir abrir as negociações. Foi o caso na Dura e Masaflex, em Ribeirão Pires; Rassini, em São Bernardo, e IGP, em Diadema.

Nas fábricas que não seguiram essa orientação, a companheirada cruzou os braços e permanecia assim até o final da tarde de sexta-feira.

Esse era o caso da TRW e Detroit, em Diadema; Sachs e Mahle, em São Bernardo; e Faparmas, em Ribeirão Pires.

Decisão

Como o Sindicato não quer fazer acordos individuais, a estratégia é comprometer as empresas com um acordo que contemple a reposição da inflação, de 4,44%, mais 2% de aumento real e abono salarial.

Essa decisão também foi tomada na assembleia de quinta-feira à noite. É uma forma das fábricas pressionarem os sindicatos patronais a celebrarem um acordo coletivo com toda a categoria.

O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, afirmou que a decisão dos metalúrgicos foi mais que certa, pois os resultados estão mostrando que as fábricas têm capacidade de atender às nossas reivindicações.

Segundo Sérgio Nobre, a decisão da categoria derruba também as desculpas dos negociadores dos grupos patronais, que colocavam a crise como argumento para negar o aumento real e o abono.

Da Redação