Fábricas na Argentina voltarão a produzir em março, mas em ritmo reduzido

Chevrolet, Volkswagen, Nissan e Renault estão com suas linhas de montagem de paradas desde dezembro

A situação econômica da Argentina continua a causar problemas para toda a indústria automotiva. O problema do país com a falta de dólares levou a um caso bem curioso, em que algumas fabricantes locais fizeram uma dívida com os fornecedores e suas matrizes e, agora sem ter como pagar, terão que reduzir o ritmo de produção, com algumas até podendo trabalhar somente com um turno para a linha de montagem.

Segundo reporta o site Ámbito Financiero, GM, Volkswagen, Nissan e Renault estão para decidir como será o retorno da produção, três meses depois da parada para o fim de ano. As quatro empresas anunciaram antes que não retomariam a operação de suas fábricas por falta de componentes, o que foi causado por falta de pagamentos.

Todo o caso é bem complicado. Com a falta de dólares, o ex-ministro da Economia, Sergio Massa, disse às fabricantes que teriam que financiar suas próprias importações, com a promessa que o Banco Central argentino iria liberar dólares pela taxa de conversão oficial. Diversas empresas aceitaram e fizeram um débito com suas matrizes e fornecedores que teria passado de US$ 8 bilhões (R$ 39,4 bilhões). Só que o governo anterior não cumpriu o acordo e, como Massa perdeu a eleição para a presidência, toda a situação piorou.

Sem receber o dinheiro prometido, fornecedores começaram a cortar a entrega de componentes, enquanto as matrizes deixaram de cobrir as dívidas. Sem receber peças, muitas fabricantes resolveram continuar paradas depois das festas de dezembro. O governo de Javier Milei criou um sistema de títulos econômicos chamado Bopreal, para pagar dívidas externas dentro de quatro anos, além de um novo sistema de importação. Apenas a Toyota entre as maiores fabricantes adotou o Bopreal, para manter sua operação funcionando.

Do Motor1 / Ámbito Financiero