Fala Wagnão – Conteúdo local e emprego: O ABC precisa ser valorizado como importante polo industrial

Wagnão defendeu a necessidade de políticas públicas para manter empregos de qualidade e a indústria na região

O ABC, que é um polo in­dustrial muito forte, tem sofrido com a desindus­trialização e a perda de postos de trabalho. E isso tem acontecido por falta de ação dos governos do Estado e por políticas equivocadas do governo federal desde o golpe.

Temos uma região com his­tórico de luta, cultura industrial, melhores condições de trabalho e salário, diversidade de escolas técni­cas e universidades e trabalhadores qualificados. Além disso, conta com logística privilegiada, próxima do porto de Santos e da capital.

Entretanto, a região vem sen­tindo os efeitos da falta de uma política pública orientada à defesa das indústrias e à promoção de novos investimentos. A política de conteúdo local da Petrobras, juntamente com o Inovar-Auto, foram responsáveis por aumento da capacidade produtiva das indústrias da região e do emprego.

Após o golpe, a Petrobras deixou de ter obrigação em comprar peças e equipamentos produzidos no Brasil, o que levou ao aumento das importações e, consequentemente, fechamento de empresas e postos de trabalho, inclusive na nossa região.

O ABC tem enfrentado difi­culdades em manter as empresas diante de uma forte concorrência de outros estados e regiões no próprio Estado de São Paulo. Isso porque estas regiões e estados têm ofere­cido isenções e outras facilidades para atrair aquelas que aqui estão instaladas, além de pagar menos aos trabalhadores.

Isso se deve à falta de compro­misso dos governos que estão há 24 anos à frente do Estado de São Paulo e que vêm sangrando o ABC, diante da incapacidade de conter essa guerra fiscal.

Temos que deixar claro que são dois candidatos de continuidade desse governo que nada tem feito para manter as empresas que estão no ABC nem para promover a região como um polo industrial que possa receber novos investi­mentos.

Outro candidato é o cara do pato. A Fiesp possui uma estrutura gigantesca, mas não apresenta ne­nhuma proposta com objetivo de desenvolver novos negócios e opor­tunidades para as empresas. A única coisa construída ali foi o desmonte dos direitos dos trabalhadores, com a promoção do lucro dos patrões nas costas dos trabalhadores e a desvalorização do emprego.

Pensar na indústria no ABC também é pensar no zoneamento das cidades. A especulação imobi­liária, que ganha milhões diante de um problema grave como a falta de moradia, também tem gerado consequências desastrosas para a região. Construtoras têm levantado empreendimentos imobiliários ao lado de empresas, o que obriga a saída delas diante da inviabilidade do negócio.

Temos como resultado dessa falta de políticas o fechamento e a migração de autopeças da região, aumento da importação de autope­ças por parte das montadoras, a falta de incentivo para que as empresas permaneçam aqui, a política de desmonte das empresas públicas com a retirada do conteúdo local.

Defender o ABC como uma zona industrial importante dentro do Estado é defender os empregos da região. Nestas eleições cada traba­lhador e trabalhadora tem que por a mão na consciência e votar em candidatos comprometidos com o país e com o desenvolvimento da indústria.

Da Redação.