Fala Wagnão – Emprego e indústria no Brasil

Foto: Adonis Guerra

Na semana passada, o Sin­dicato recebeu o secretário de Desenvolvimento e Competi­tividade Industrial do Minis­tério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Mdic, Igor Calvet.

Durante o encontro, apre­sentamos a ele o diagnóstico elaborado pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio­econômicos, o Dieese, sobre o impacto que a crise econômi­ca e política-institucional tem tido sobre os empregos em nossa região e no Brasil.

A preocupação dos Meta­lúrgicos do ABC é encontrar saídas, como já fizemos ou­tras vezes ao longo da histó­ria, em um cenário de incer­tezas, agravado por disputas de interesses empresariais, judiciais e políticos, que não têm nenhum compromisso com os interesses dos traba­lhadores.

Além da perda massiva de postos de trabalho, o desmon­te da legislação trabalhista, aprovada a toque de caixa pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, apon­ta para um período de mais insensatez.

De forma alguma pode­mos abrir mão dos direitos conquistados a menos de um século, que vinham como um processo civilizatório das relações de trabalho e que poderá ser um retorno à barbárie quando a reforma trabalhista entrar em vigor daqui a um mês.

Vamos, como sempre, lutar para que isso não aconteça. Temos propostas para o Brasil. Nenhuma delas passa pela reti­rada de direitos ou pela venda de nossas riquezas, construídas com o sangue e o suor dos trabalhadores.

Fizemos questão de estar na mesa de negociação de um novo regime automotivo, o Rota 2030, para que as políticas implantadas não ignorem con­trapartidas aos trabalhadores.

Temos clareza que qualquer país que esteja efetivamente empenhado em promover po­líticas para o desenvolvimento tem uma indústria forte.

É na indústria que estão os empregos mais qualificados e melhor remunerados. Não à toa, as cinco confederações – que compõem o Macrossetor da Indústria da CUT – dos Metalúrgicos, dos Químicos, do Ramo do Vestuário, da Alimentação e da Constru­ção Civil e da Madeira decidiram criar o Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, o TID-Brasil.

A iniciativa tem como um dos objetivos promover pes­quisa e estudos, difundir co­nhecimento, desenvolver e executar projetos, propor e articular medidas – inclusive legislativas – sobre novos mo­delos de políticas industriais e do trabalho.

Uma das finalidades do TID-Brasil, que deverá ser presidido pelo nosso ex-pre­sidente, Rafael Marques, é difundir o conceito de desen­volvimento industrial inclusi­vo e sustentável como medida ética e produtiva, que garanta o trabalho decente e o desen­volvimento sustentável.

Da Redação.