Fala Wagnão – Futuro da indústria: Um país não sobrevive sem uma política industrial forte

O presidente do Sindicato, Wagnão, defende medidas de fortalecimento da produção nacional com geração de empregos de qualidade e capacitação profissional dos trabalhadores.

O Macrossetor da Indústria da CUT, que inclui os ramos metalúrgico, químico, vestuário, alimentação e construção civil, elaborou o Plano Indústria 10+ com os principais temas que interessam aos trabalhadores ligados à indústria no Brasil.

Nessa proposta defendemos o que importa para o nosso futuro e as diretrizes para o setor sobre o que esperamos dos atuais candidatos. E, principalmente, defendemos que um país não sobrevive sem uma política industrial que fortaleça a produção nacional com empregos de qualidade.

No período pós-golpe, o governo tem tomado medidas que destroem as iniciativas de preservação da nossa indústria e dos empregos. Temos como exemplo o pífio Rota 2030 e a priorização do atendimento de demandas das multinacionais em detrimento das pequenas e médias empresas, que são, de fato, as grandes geradoras de empregos do Brasil.

O que assistimos mundo afora hoje é o forte envolvimento dos governos nacionais no desenvolvimento de uma nova indústria, a chamada indústria 4.0. Nesses casos, o governo é o principal incentivador de políticas públicas e medidas que apontem para uma nova industrialização e, portanto, o aumento da competitividade de suas empresas locais, preparando-as para serem bases exportadoras para o restante do mundo.

Um país só se desenvolve se houver um alto investimento em pesquisa e desenvolvimento. Infelizmente, esse não tem sido o papel do nosso governo. Ao contrário, o que estamos presenciando por conta da PEC da Morte, que congelou investimentos públicos por 20 anos, é a deterioração dos laboratórios, equipamentos e universidades.

Esses centros educacionais deveriam ser instrumentos de pesquisa aliados às empresas e ao mercado de trabalho. As universidades precisam servir aos trabalhadores para capacitação, potencialização e desenvolvimento de uma indústria nacional forte, produtiva, competitiva, com geração de empregos de maior qualidade e maior remuneração.

Estes temas precisam ser prioritários para aqueles que querem dirigir este país. Não é simplesmente entregar na mão do mercado. O discurso de estado mínimo, como alguns defendem para o Brasil, é o contrário do que as maiores economias do mundo, como Alemanha, Estados Unidos, China e Japão, vem fazendo. Esses países investem no futuro da indústria e dos empregos.

Só com uma política industrial consistente o Brasil criará uma indústria forte e competitiva, com capacidade de absorver a quantidade de trabalhadores que já estão desempregados e aqueles que vão se inserir no mercado de trabalho. O Brasil precisa investir no seu futuro.

Da redação