Fala Wagnão: Grato e confiante

Na última sexta-feira a Chapa 1, que tive a honra de encabeçar, foi confirmada pela categoria para liderar as lutas nos próximos três anos. Cabe a nós, agradecer a participação dos sócios e sócias do Sindicato nesta primeira eleição virtual em nossa história.

A pandemia da Covid 19 nos colocou este desafio de buscar o referendo e apoio dos metalúrgicos e metalúrgicas mesmo que distantes fisicamente.

Iniciaremos este mandato, em 19 de julho, em um mundo totalmente atípico por razões óbvias de saúde pública, mas também com o enorme desafio de realizar vários ensaios de futurologia. São várias e divergentes as opiniões sobre como o Brasil pode enfrentar o pós-crise e quais serão as consequências para a classe trabalhadora a depender do caminho a ser tomado.

As medidas econômicas, já verbalizadas pelo governo federal, apontam para o aumento da desigualdade no país, vide a fala do ministro Paulo Guedes, de que não compensa perder dinheiro suportando pequenas e médias empresas. O que isso tem a ver conosco? São estes os maiores empregadores do país, por ironia também são, ou foram, seus maiores apoiadores.

Aos trabalhadores, já foram vários os ataques, como por exemplo, a reforma previdenciária. E neste momento, várias pautas trabalhistas de combate à pandemia, jogadas na lata do lixo. Esta constatação de desprezo do governo à classe trabalhadora nos impõe a necessidade de sermos ainda mais criativos na defesa de nossas pautas.

O Brasil que precisamos agora necessita de uma forte participação do Estado na condução da recuperação econômica. Investimentos estatais em infraestrutura com geração de emprego em larga escala é essencial. O país também carece de resolver seu problema de saneamento básico.

No setor metalúrgico é urgente a elaboração de políticas próprias alinhadas sob o guarda chuva de uma política industrial, hoje inexistente, que privilegie a produção nacional com a forte nacionalização de produtos e inteligência próprios.

A crise dos respiradores provou a dependência criminosa da nossa indústria. Muitas empresas que fecharam unidades no Brasil para se transferirem para outros países sob o argumento de custos menores têm culpa nisso.

Defender a qualidade do emprego é tarefa primeira de todos nós. Não podemos aceitar que o custo desta crise recaia só sobre nossas costas. Desemprego, alta rotatividade, rebaixamento de salários, eliminação de benefícios serão pautas constantes das bancadas patronais. A resistência é a nossa unidade.

A solidariedade, que é marca da nossa categoria, agora se faz mais necessária ainda. Ficou evidente nestes meses o quanto tem sido prejudicial à classe trabalhadora a precarização do trabalho. Os profissionais da saúde e de aplicativos, junto com os tantos outros de áreas essenciais, nunca foram tão necessários, o que mostrou as fragilidades causadas a esses companheiros e companheiras pela mentira da meritocracia e do empreendedorismo.

A Luta e Resistência com União e Solidariedade são as nossas referências para garantir, com criatividade, que outro Brasil é possível.

Obrigado!