Fala Wagnão: Há questões muito mais graves que a falta de decoro
Eu não acredito que na reunião ministerial, ocorrida no dia 22 de abril, cujo vídeo foi liberado na tarde do último dia 22, pelo ministro Celso de Mello, do STF, o maior dos problemas tenha sido a falta de decoro ou a forma desrespeitosa como as pessoas ali se tratam ou tratam a população brasileira.
Pra mim, o mais grave, foram algumas acusações que apontam qual o destino que essas pessoas pretendem para o nosso país e com qual irresponsabilidade tocam suas pastas e suas obrigações de preservação das nossas vidas e da economia. A começar pelo próprio combate à pandemia que só foi citado para criticar ações de governadores e prefeitos. Não se viu ali nenhuma ação concreta ou proposta de combate à pandemia por parte do governo federal. Essa é a primeira questão e a mais urgente por conta dessa desgraça que assola o nosso país.
A outra questão é a forma como alguns ministros tratam suas pastas e questões extremamente importantes para o Brasil. A afirmação do ministro do Meio Ambiente dizendo que tem que passar a boiada, aproveitar que está todo mundo preocupado com a Covid e desregulamentar todas as nossas obrigações e regras em relação à utilização do meio ambiente, não fosse só absurda, ela é uma política de assassinato da nossa natureza, de extermínio do nosso maior patrimônio que são os recursos naturais desse país. E faz isso de forma vil, claramente para se aproveitar do instante para tirar dos brasileiros o direito ao seu espaço ao seu meio ambiente. É a mesma prática que um ladrão usa quando vai roubar alguma coisa, ele espera a distração da sua vítima para poder furtar algo, neste caso, a nossa sociedade, o nosso país.
A forma como o ministro da Educação trata as instituições e seus representantes também demonstra o grau ditatorial desse governo.
A fala do ministro da Economia que, como diz o presidente, é o mais importante entre todos ali, aponta para uma quebradeira geral daqueles que são os maiores empregadores no Brasil, que são as micro, pequenas e médias empresas. Na cabeça de Guedes, vale a pena salvar só os grandes, como se esses grandes já não tivessem proteção o suficiente.
Veja, por exemplo, o quanto já foi gasto para salvar os bancos, quantos bilhões já foram jogados nos caixas dos bancos para salvar a sua irresponsabilidade e ganância. Quando se trata do Banco do Brasil com “Tem que vender essa p…logo” percebe-se o total desprezo por aquilo que é público, por aquilo que é nosso, cada pedaço do Banco do Brasil pertence a cada brasileiro e a cada brasileira. Não podemos admitir que seja tratado dessa forma.
São essas as questões mais graves, que mostram total desprezo deste governo com o país.