Fala Wagnão: Os crápulas que defendem o lucro acima da vida

“Os crápulas que defendem o lucro acima da vida”, o presidente do Sindicato critica o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que defendeu mais mortes em curto tempo para manter os lucros.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central,
Foto: divulgação

Talvez tenha passado desapercebido pela maioria das pessoas a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a empresários sobre as consequências da pandemia que estamos vivendo. A live foi organizada pela XP Investimentos na noite de sábado, dia 4, e acompanhada por mais de 6 mil pessoas.

O presidente do BC, que é neto de Roberto Campos, ministro do Planejamento durante a ditadura militar, disse que é melhor que se antecipem as mortes a bem da economia e dos lucros. Essa é a simplificação do pensamento desse que é um dos maiores expoentes do neoliberalismo brasileiro.

O que ele diz é sobre a relação do tempo em que nós podemos conviver com a pandemia. Quanto mais aguda for a pandemia, ou seja, quanto mais mortes houver em um determinado espaço de tempo, melhor para economia. Quanto mais longa a crise, pior para a economia, pior para os lucros e pior para a produção.

Essa lógica, que coloca o lucro acima da vida e o capital acima do bem estar das pessoas, que este crápula e canalha, para não dizer outros nomes, defende. É o que está por detrás do atual jogo nessa disputa colocada entre seguir as regras da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da saúde pública ou então seguir as regras da pressa do capital.

É absurda essa afirmação, mas ela foi feita pelo presidente do Banco Central. Para eles, a vida pouco importa, o que importa é o lucro e a produção. Para eles, se tivermos que passar por mortes, vamos passar. Se tivermos que ter milhares de pessoas sem condições de se prevenir em relação ao Covid-19, essas estarão relegadas a sua própria sorte, mas o lucro tem que ser preservado.

A fala do presidente do BC é refletida claramente nas ruas quando vemos carreatas de empresários pedindo para que seus trabalhadores voltem a trabalhar. Também quando o presidente da República diz que o isolamento é desnecessário. Percebe-se a disputa clara entre aqueles que querem preservar a vida e outros que querem preservar os lucros.

O Luiz Henrique Mandetta, que votou a favor da redução dos investimentos no SUS e apoiou a saída dos profissionais do ‘Mais Médicos’, acaba de ser demitido do cargo de ministro da Saúde, justamente porque vinha se contradizendo a essa política. Isso só prova que este governo está jogando toda sua população à própria sorte. Aqueles que sobreviverem, bem. Aqueles que não sobreviverem, são o custo do combate à pandemia, como se a vida não valesse absolutamente nada.

Nós estamos ao lado da vida, sempre.