Fala Wagnão – Para acabar com o complexo de vira-lata

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Há algum tempo, o Sindi­cato vem demostrando sua preocupação com a neces­sidade de ampliar o debate no Brasil sobre a indústria, inclusive com a maior par­ticipação dos trabalhadores.

Na Tribuna do dia 22 de agosto, falamos sobre a importância da qualificação profissional para a transfor­mação desta nova indústria, chamada de 4.0. No últi­mo dia 11, participamos da primeira reunião técnica regional sobre o tema no Brasil, na Agência de De­senvolvimento Econômico do Grande ABC, em Santo André.

Na ocasião, propusemos um seminário regional com o intuito de debater o assunto com mais profundidade. Enquanto isso, continua­mos reivindicando junto ao Ministério de Desenvolvi­mento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC, a partici­pação dos trabalhadores no fórum criado pelo governo federal para discutir as es­tratégias do País para esse novo momento do processo produtivo.

Ontem, em mais uma ação para contribuir com essa dis­cussão, convidamos o profes­sor titular do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP, Mario Sergio Sa­lerno.

A visão dos Metalúrgicos do ABC é de que os trabalha­dores precisam, urgentemen­te, se apropriar desse tema para entender melhor o que é e quais serão os impactos, tanto no processo produtivo, nos produtos que vão consu­mir, como nos seus próprios empregos. Nos Estados Uni­dos, Alemanha, França, China e Japão as discussões já estão bem avançadas, se o Brasil não acompanhar, ficará fora do cenário mundial.

Na Alemanha, por exemplo, as empresas, universidades, go­verno e os trabalhadores estão juntos no processo de discussão da Indústria 4.0. O IGMetall, sindicato dos metalúrgicos alemães, participa ativamente dessas rodadas de negociação.

Esse momento é crucial para avançarmos em termos de conhecimento, se deixar­mos passar, ficaremos com o chamado ‘complexo de vira -lata’. Trata-se de um debate de soberania nacional, para o Brasil poder desenvolver tecnologia e inovação.

A ideia é preparar o nosso time, não só os dirigentes, mas a categoria, para que todos es­tejam prontos para este futuro que já chegou.

Da Redação.