Fala Wagnão – PEC da Morte: O corte de gastos é apenas para o povo
O presidente do Sindicato chama a atenção para a necessidade de revogar a PEC da Morte, que congela os investimentos públicos em saúde e educação para os próximos 20 anos e compromete o futuro do Brasil
Imagine um companheiro ou companheira que compra uma casa e planeja o que vai gastar com ela nos próximos 20 anos com o salário e o reajuste da inflação por ano.
Só que esse planejamento não incluía o casamento nem todo o básico que precisa na vida. Não incluía ter um filho, que vai crescer e precisar de escola, de formação, de saúde, infraestrutura, segurança. Também não incluía a chegada de mais filhos, um casal de gêmeos, nem a família aumentar além do esperado.
Não dá para aumentar os gastos porque o programado era usar o salário só para a casa. Então a pessoa vai ter que passar os próximos 20 anos tendo que fazer caber dentro do orçamento a educação e a saúde dos filhos. Ela vai envelhecer, as exigências com cuidados médicos e educação serão cada vez maiores. Vai precisar reformar a casa. Os filhos vão exigir mais lazer, passear e viajar.
Tudo isso está fora do gasto combinado há 20 anos.
A PEC da Morte é exatamente isso. É estabelecer que daqui a 20 anos vamos viver com o orçamento que foi programado 20 anos atrás, com outra população, outro tipo de exigência, outra condição, outro País.
Defendemos que o Brasil precisa discutir novas tecnologias, investir em infraestrutura, saúde com mais e melhores equipamentos, inovações tecnológicas. Há 20 anos quem ouvia falar em ressonância magnética? Hoje é um exame comum. Imagine quais tipos de equipamentos serão necessários daqui 15, 20 anos? Só que o orçamento do Estado está limitado dentro da Constituição por essa PEC da Morte.
Além disso, a medida está voltada somente para conter investimentos destinados aos trabalhadores, à população. A PEC não prevê corte de gastos com os juros da dívida pública para pagar banqueiros, que chega aproximadamente a R$ 500 bilhões por ano. Não prevê o corte de gastos com as mordomias pagas aos parlamentares, com o auxílio moradia, nem aos juízes com teto de salário de mais R$ 33 mil e que, por meio de subterfúgios, chegam a ganhar mais de R$ 100 mil por mês.
Disso ninguém fala, mas cortam em saúde e educação para a população que mais precisa.
Se quisermos o desenvolvimento do Brasil, a PEC da Morte precisa ser extinta. E para isso é preciso ter um governo que revogue a lei e faça pelo País exatamente o contrário.
O governo tem que investir em infraestrutura, saúde, educação e segurança, assim como foi a política de valorização do salário mínimo, que distribuiu renda para a população que, por sua vez, transformava o dinheiro em consumo.
O País tem que se desenvolver a partir do consumo e crédito barato. Investimento público é crescimento. E crescimento é emprego. Um governo que tenha essas propostas, em que o povo seja o principal motivo do crescimento econômico, é um governo compromissado com os trabalhadores. É isso que precisamos analisar na hora do voto.
Da Redação.