Fala Wagnão – Reforma Trabalhista: Resistiremos!

Foto: Adonis Guerra

Na sexta-feira, 10, fizemos diversas manifestações Brasil afora, no velório da CLT e agora iniciamos um novo processo, um novo desafio para os tra­balhadores, por conta de uma legislação que não contou com a nossa participação.

Infelizmente, ao legislar, o Congresso Federal provou que não tem a legitimidade moral para fazer as alterações que foram feitas na nova Lei Trabalhista e, anteriormente, com a Terceirização e a ameaça da reforma Previdenciária, que paira sobre as nossas vidas.

A reforma Trabalhista muda todas as relações de trabalho sem ouvir uma parte essencial que são os trabalhadores e o movimento sindical que os representa.

Sem ouvir parte do poder judiciário, que hoje se manifesta contrário à reforma e suas mui­tas contradições. Uma lei que só ouviu os patrões.

A reforma levará os tra­balhadores e trabalhadoras a uma situação de precarização, não só das relações de traba­lho e salário, mas ao empo­brecimento da população do Brasil, como já aconteceu com os companheiros no México, Espanha e Portugal.

A reforma Trabalhista joga nas costas dos trabalhadores a responsabilidade da susten­tação do que eles chamam de ‘excesso de gasto público’.

A nossa reação, em meio a Campanha Salarial, e que aponta uma alternativa para o movimento sindical, foi reestabelecer a legitimidade do papel do Sindicato como interlocutor dos trabalhadores.

A conquista da cláusula de salvaguarda, que obriga as empresas a discutirem com o Sindicato a implementação de medidas que forem contrárias às condições estabelecidas em acordos ou convenções coleti­vas, significa isso.

Ao contrário do que propõe a reforma Trabalhista, de rela­ção direta, em que o trabalha­dor, que é a parte mais frágil da negociação, terá que discutir jornada e salário diretamente com o patrão.

Qual relação haverá? O pa­trão vai dizer: ‘Ou você aceita isso ou não tem o emprego’. Essa é a condição de negocia­ção que a nova lei estabelece.

Por isso, nós, trabalhadores e trabalhadoras do ramo meta­lúrgico da CUT, resistiremos a efetivação dessa legislação.

Essa é a luta que damos início hoje (ontem), dia 13 de novembro, mês de uma luta muito importante também, que é o combate ao racismo.

Os Metalúrgicos do ABC têm o princípio de defesa de uma sociedade justa, em que todos os trabalhadores, inde­pendente de gênero, raça ou qualquer diferença tenham os mesmos direitos.

Da Redação.