Fala Wagnão – Voto consciente: Precisamos discutir política
No último "Fala Wagnão" antes do 1º turno, o presidente externa sua preocupação com o medo nosso de cada dia em debater política
A solidariedade e o companheirismo são princípios básicos que compartilhamos em casa, na rua e no trabalho. É nesse modelo de sociedade que acreditamos e é isso que está em jogo neste momento, se esse modelo vai continuar existindo.
O que realizamos nesta eleição é luta de classes, de patrões e nós trabalhadores. De um lado está a visão de uma sociedade solidária, com a população tendo direitos à educação e saúde públicas de qualidade. Do outro lado está a visão empresarial, neoliberal, de que cada um se vire com a sua vida e se arraste pelo mundo sozinho, de que o Estado não tem obrigação nenhuma.
O debate que está colocado é esse. O restante é só para te convencer a votar em quem não atenda seus interesses. Mas a discussão necessária não está sendo feita: o que queremos dessa sociedade e desse país? Este será um país que constrói sua democracia baseado no ódio como forma de convencimento ou na argumentação?
Por que o processo no qual vamos decidir o rumo das nossas vidas tem que ser no tapa, na ignorância? Se você levanta a voz para defender A ou B, você é diretamente tachado como inimigo. Esse não é o espaço que interessa a nós trabalhadores, porque é o espaço da antipolítica, que nega o direto ao debate. É dessa forma que estão escondendo o que realmente interessa aos trabalhadores.
Alguém conhece alguma proposta de política industrial do #EleNão? Ninguém. Porque não é necessário que se saiba. Essa é a questão, votar só com a emoção, com a raiva, o ódio e pronto, mais nada. Dessa forma, as chances de você votar em quem é contrário aos seus interesses aumenta.
Por exemplo, 85% da população é contra a reforma Trabalhista, mas a maioria dos trabalhadores que apoiam o #EleNão, não sabe ou esqueceu que ele votou a favor da reforma Trabalhista.
Para a elite não interessa o debate de ideias e é isso que eles estão conseguindo. Nós não conversamos mais na família, na escola, na rua, no boteco por medo de brigar, de ser agredido. Mas é preciso conversar, aí o jogo vira porque a verdade começa a aparecer. Esse é o nosso desafio para o próximo domingo.
Mentiras são espalhadas pelo celular, e como não se discute mais, muitas pessoas acreditam e ponto. Nós nunca passamos por uma eleição em que a classe trabalhadora estivesse se proibindo de falar. Isso está acontecendo desde as manifestações de 2013 que fizeram emergir essa cultura de ódio. Agora estamos pagando o preço e correndo um sério risco de que esta lógica do medo se mantenha pelos próximos 4 anos.
Imaginem o cuidado que temos hoje ao falar de política durante o almoço de domingo com a família. Agora imagine essa censura feita por um regime que não permite que você fale, é esse o risco que corremos.
Não podemos de jeito nenhum deixar esse Brasil de herança para os nossos filhos, eles precisam ser mais livres, mais prósperos e conscientes de seu papel e de seus direitos enquanto cidadãos deste amado Brasil.
Essa é a nossa responsabilidade no próximo dia 7.
Da Redação.