Falta de profissionais capacitados

Não é de hoje que setores econômicos reclamam da falta de profissionais capacitados. Esse debate voltou à tona por causa das previsões de crescimento econômico de até 6% em 2010 e o ciclo de investimentos esperado para os próximos anos.

Estes investimentos devem ser alimentados por fatores como o aumento da massa de consumidores e salários, a Copa do Mundo, a Olimpíada e a exploração do pré-sal. Assim, especialistas advertem que talvez não haja profissionais suficientes para atender a demanda.

Abandono
Os motivos para escassez de trabalhadores qualificados variam conforme o setor.
Um exemplo é o dos pedreiros. A dificuldade em encontrar trabalhadores capacitados tem origem nas mais de duas décadas de estagnação da construção civil.

Fala-se também da má qualidade dos profissionais que saem das faculdades, da falta ou da má formulação de cursos técnicos e programas públicos e até do aparente desinteresse dos jovens por certas profissões.

Decisão é política
É importante relembrar das escolhas feitas pelo governo FHC em meio à idéia de que o mercado supriria suas próprias demandas. Entre 1994 e 2002, os governos neoliberais optaram por não investir no ensino profissional. Assistiu-se então ao desmonte e ao fechamento das Escolas Técnicas Públicas e o surgimento de inúmeras universidades privadas de má qualidade.

Apesar da política em relação ao ensino profissional ter mudado com o governo Lula, ainda estão em formação os profissionais que poderão suprir as demandas que chegam hoje.

Uma solução está na qualificação de quem está no mercado de trabalho. Investir em educação é uma obrigação do Estado, mas corrigir os desmandos de uma escolha equivocada em que muitos ganharam milhões será uma tarefa da iniciativa privada.

Cabe saber se o setor produtivo assumirá como sua a tarefa de trazer para dentro das fábricas aquilo que os neoliberais tiraram de dentro das boas escolas profissionais públicas.

Subseção Dieese do Sindicato