Faltam albergues exclusivos para mulheres na região
O Grande ABC não tem albergue exclusivo para mulheres. Segundo o Movimento Nacional da População de Rua, elas já representam pelo menos 10% das pessoas que vivem em situação de rua no País.
Anderson Lopes Miranda, coordenador do movimento nacional, afirmou que o número vem crescendo. “Elas estão mais nas ruas, muitas com filhos, por causa de diversos fatores, como a violência doméstica e a diminuição dos postos de trabalho dentro das casas. Minha companheira, por exemplo, é empregada doméstica e dormia no emprego. Ficou desempregada e acabou parando na rua”, contou Anderson, durante o seminário Política Nacional para Inclusão da População em Situação de Rua, ontem, no Consórcio Intermunicipal, com a participação de 150 pessoas.
Para Anderson, é preciso um local onde se preserve a integridade. “Nos albergues é preciso privacidade. Além disso, tem que haver atendimento ginecológico e kits de higiene com absorventes, por exemplo”, completou Anderson, que há cerca de dois anos conquistou uma casa na Capital com a mulher e duas filhas.
O Grupo de Trabalho de Assistência Social do Consórcio discute a criação de serviço específico para mulheres com e sem filhos que vivem nas ruas da região. Porém, para a coordenadora do GT, Márcia Ivone Leal de Oliveira, para as que têm filhos o encaminhamento ideal seria o aluguel social.
No Grande ABC, elas são atendidas em albergues mistos, em alas separadas.
“Precisam de um local para construir um lar. Mas até chegar a esse ponto é um processo. Muitas precisam de tratamento para alcoolismo, drogas, encontrar um emprego. Então, incluímos nas discussões a criação de instituição de acolhimento”, explicou ela.
Com relação aos problemas de falta de segurança, higiene e vagas, encontrados pelo Diário nos albergues (matéria publicada segunda-feira), disse que serão discutidos no grupo temático criado há três meses dentro do GT, junto com a implantação de rede regional.
Do Diário do Grande ABC